O Técnico exigiu hoje a reintegração na Divisão de Honra do campeonato e a demissão de todos os órgãos da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), após decisão favorável do tribunal relativamente ao recurso daquele organismo.
“Esperamos a reversão imediata das sanções desportivas e que a FPR tome as devidas ilações das suas decisões, que penalizaram imensamente o clube através do incumprimento de várias decisões dos tribunais”, disse à agência Lusa o presidente do Técnico, Pedro Lucas.
As ilações, reiterou o dirigente, “devem passar por uma demissão da direção da FPR, que deve ser extensível ao Conselho de Disciplina e ao Conselho de Justiça”.
O Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) rejeitou hoje o recurso da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), relativamente a uma decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que anulou, em agosto, a desclassificação e descida de divisão do Técnico.
Em comunicado, os ‘engenheiros’ afirmam que o TCAS voltou a dar razão ao clube “em toda a linha” e dizem estar certos de que “perante esta nova sentença, a direção da FPR não voltará a desrespeitar decisões judiciais de tribunais portugueses”.
Além disso, recordou Pedro Lucas, “está a decorrer um processo de execução da sentença do TAD”, interposto pelo Técnico, que “tinha de ter sido cumprida até 17 de novembro”.
Contactado pela Lusa, o presidente da FPR disse ainda não ter tido acesso ao acórdão do TCAS, mas admitiu que, “qualquer que seja a decisão do tribunal, será para ser cumprida” pela direção da FPR, que se tem “limitado a cumprir as decisões dos órgãos de justiça”.
Carlos Amado da Silva frisou, no entanto, não ter dúvidas de que, “desportivamente falando, se trata de uma batotice”.
“Qualquer que seja a decisão dos tribunais, é para ser cumprida. Mas como presidente de uma federação desportiva, não tenho dúvidas de que o que se passa aqui é uma batotice”, atirou o presidente da FPR.
Questionado sobre a exequibilidade da reintegração do Técnico, num momento em que está cumprida toda a primeira volta da Divisão de Honra, Amado da Silva foi evasivo.
“Qual Técnico? Não sei exatamente do que estamos a falar. Eu mandarei os serviços cumprirem as decisões dos tribunais. Se são cumpríveis ou não, isso não é comigo. Desportivamente, o que se passou foi uma batotice. Se os juristas conseguem contornar a batotice, cumprirei com o que o tribunal decidir”, disse Amado da Silva.
Questionado quanto às dúvidas sobre “qual Técnico” deveria ser reintegrado, Amado da Silva não confirmou que a questão se devesse ao facto de a Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) se ter desfiliado da FPR em agosto.
Em maio, a AEIST tinha denunciado “com efeitos imediatos” o protocolo com o Clube de Rugby do Técnico, que por razões históricas, e de acordo com o acordo em vigor, competia na Divisão de Honra e na Taça de Portugal sob a designação de AEIST.
Em abril, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os 'engenheiros' ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em agosto, as decisões da direção e do Conselho de Disciplina (CD) da FPR, que recorreu desta decisão para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início ao campeonato, em 08 de outubro, sem a participação do Técnico.
Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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