
A atual situação de instabilidade política, a queda do governo de Luís Montenegro e marcação de eleições legislativas para maio não passou despercebida a Gonçalo Saldanha, presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS).
Em causa está a tardia aplicação no terreno das verbas extraordinárias de 65 milhões de euros de apoio governamental ao desporto (50 milhões para o Comité Olímpico e 15 milhões para o Comité Paralímpico) aprovado e prometido pela Aliança Democrática (AD).
“A grande bazuca do desporto foi apresentada em dezembro, no Comité Olímpico. O governo que vier deverá honrar esse compromisso. É isso que as federações esperam”, disse Gonçalo Saldanha ao SAPO DESPORTO, à margem da assinatura do protocolo com a Associação Nacional de Surfistas, concessionando na ANS a organização da competição Liga MEO Surf, primeira divisão do surf nacional.
“Esperemos que o Tribunal de Contas (TC) aprove essa decisão, porque havia, em termos da gestão, dúvidas sobre se era o Comité Olímpico ou Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ)”, acrescentou, ao referir-se ao valor adicional à verba já prevista para o setor no Orçamento do Estado (OE) apresentado e aprovado pelo executivo de Luís Montenegro.
“Nós, as federações, aguardamos serenamente que essa decisão seja célebre e, acima de tudo, responsável”, clarificou ao esperar ver concretizado o que consta do Contrato-Programa com as medidas estruturais e financeiras relativas ao Desporto em Portugal entre 2024 e 2028, verbas essas a que acrescem 54,5 milhões anunciados no Orçamento do Estado para 2025.
“Pedimos ao Governo que vier é que seja responsável. Pedimos a este que ainda está (AD), que seja ainda mais sério e que exija que o próximo que vier honre esse compromisso”, desafiou Gonçalo Saldanha, recentemente eleito presidente da FPS.
O assunto, quente, terá de ser decidido rapidamente. “As federações não podem esperar, os treinos, as viagens e os campeonatos continuam”, chamou a atenção.
“Os outros países que não estão a passar por esta situação, têm os compromissos com os seus campeonatos, continuam a honrar e os nossos acabam, depois, por ficar algo prejudicados pela situação socioeconómica em que vivemos devido à questão política”, encerrou o tema.
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