A prática do surf na Praia de Matosinhos poderá vir a sofrer constrangimentos com o prolongamento do quebra-mar do porto de Leixões, estando o Governo disponível para compensar financeiramente as empresas do setor, anunciou hoje a ministra do Mar.
Na apresentação de novos investimentos em Leixões, Ana Paula Vitorino disse que as obras de prolongamento do quebra-mar exterior, aprofundamento do canal e da bacia de rotação poderão causar impactos na prática de desportos náuticos, nomeadamente o surf, mas para já “ninguém sabe”.
Por esse motivo, a governante revelou que durante cinco anos irá ser feita a monitorização das ondas através de métodos científicos e de observação no local, para se perceber se existe ou não uma diminuição da ondulação.
“O que está em causa é se haverá ou não alteração das ondas, porque ondas irão continuar a haver, pode é não ser nas mesmas condições”, frisou.
Se houver alterações na ondulação e for necessário ressarcir as pessoas com atividades económicas ligadas ao setor, nomeadamente escolas de surf ou lojas de arrendamento de material, o Governo tem disponibilidade financeira para as compensar, vincou.
Uma das soluções apontadas por Ana Paula Vitorino passa pela relocalização dessas atividades para outras praias do concelho de Matosinhos, relocalização essa que será apoiada pelo Governo, ressalvou.
Caso aconteça, o Governo estima canalizar cerca de dois milhões de euros para essas compensações financeiras, revelou.
“Se não se verificar nenhuma alteração, encantados, se existirem mudanças, cá estaremos para apoiar e fazer parte da solução”, reforçou.
A prática de surf irá ser sempre possível, considerou a ministra, acrescentando que poderá é não ser nas mesmas circunstâncias.
A ministra recordou que a praia só começou a ter ondas e a ser indicada para a prática do surf desde a construção do molhe do porto.
Esperando um acordo para breve entre as partes envolvidas, nomeadamente câmara municipal, união de freguesia, atividades do setor e Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Cstelo (APDL), a ministra lembrou que a empreitada não vai, contudo, descaracterizar a praia, podendo as pessoas continuar a usufruir dela.
Outra das áreas que poderá vir a ser afetada com as obras é a pesca, setor com o qual já concluíram as conversações, tendo chegado a um acordo, contou, sem revelar pormenores.
Ana Paula Vitorino explicou que qualquer empreitada tem impactos, sendo sempre o objetivo de que os positivos superem os negativos e, quanto a esta, salientou que o porto de Leixões tem um “peso e importância enorme” na economia nacional.
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