A Figueira da Foz é um sítio de boas memórias para Gabriela Dinis. Em 2023, na praia do Cabedelo, alcançou a primeira vitória na Liga MEO Surf. Quase que repetiu o feito na temporada passada ao ser finalista vencida da etapa.

Campeã nacional Projunior e vice-campeã nacional Open, em 2023 e terceira do ranking em 2024, Gabriela Dinis parte para o Allianz Figueira Pro, etapa inaugural da 1.ª divisão do surf português, à procura de motivação para o presente ano. Em Portugal e nas provas internacionais.

“Começar a época com um bom resultado motiva sempre mais para as etapas a seguir, logo, espero usar a Figueira como impulso para o resto do ano”, declarou a surfista de Carcavelos (Lombos).

“Adorava ganhar esta etapa e o objetivo acaba por ser o mesmo. Estou confiante que, se conseguir, o campeonato vai correr bem”, afirmou ao SAPO Desporto.

Garante não sair afetada no espírito caso não triunfe no arranque do circuito que apura os campeões nacionais de surf, na praia do Cabedelo, 28 a 30 de março.

“O trabalho continua lá e a motivação também”, avançou a atleta de 20 anos que concilia o surf com um exigente curso de Engenharia Biomédica, no Técnico.

O empurrão da faculdade

Joga nos dois tabuleiros, desporto e estudos, com um pensamento único. “Tentar deixar a preguiça de lado e ser o mais eficiente possível”, revelou “Gaby”, à procura de “gerir da melhor maneira” as duas carreiras.

A universidade “é algo que, naturalmente, me retira muito tempo”, reconheceu. “Nas semanas de exames não consigo surfar tanto quanto gostaria”, declarou. Deixa uma garantia. “Não deixo o surf para trás”, ressalvou.

Não há espaço a arrependimentos nesta opção de vida dual. “Honestamente, não tenho nenhum arrependimento, até porque fiz o primeiro ano da faculdade em dois anos e estive dois anos mais focada nos treinos”, recapitulou.

A partilha de conhecimentos trouxe, inclusive, benefícios para a atividade competitiva. “No fundo, acho que também puxa por outras qualidades em mim que, se calhar, estou a precisar: mais disciplina e ser mais exigente comigo mesmo”, fixou. “Sinto que, quando conseguir o projetar isto aos treinos, vai ajudar-me”, constatou.

A consistência nos treinos

Reconhece “falta consistência a nível de treinos”, por força das opções tomadas, facto que tem se “refletido também a nível de campeonatos”, assegurou. “Se conseguir elevar essa consistência, terei também resultados nos campeonatos”, sublinhou.

Após a primeira de cinco etapas da Liga MEO Surf, Gabriela Dinis ainda tem pendurada a paragem final do Qualifying Series (QS) 2023/2024, circuito regional de qualificação da Liga Mundial de Surf (WSL), que termina na Costa de Caparica, de 15 a 19 de abril.

As ambições pessoais espreitam a entrada no Challenger Series. “Gostaria muito de, daqui a dois anos, focar-me mais do Challenger, irei estar com mais vontade, uma vontade que, se calhar, não tinha antes e que a faculdade me ajudou a ter”, frisou.

“Sei que vou ter mais essa disponibilidade para a tal consistência nos treinos”, concluiu a surfista e a aluna, cujo sucesso nas duas faces a mantém “supermotivada”.