Um telefonema resultou numa parceria improvável que por sua vez deu origem à única vitória portuguesa no quadro de pares da CT Porto Cup, onde Rodrigo Cruz celebrou a estreia no ATP Challenger Tour com um triunfo ao lado de Francisco Rocha rumo aos quartos de final de pares.

Os dois tenistas nortenhos uniram esforços e levaram a melhor por 7-6(7) e 7-6(3) contra os mais experientes João Domingues e Frederico Silva, num duelo emocionante que reuniu vários olhares curiosos no pitoresco Court 1 do Clube de Ténis do Porto.

Cruz, de apenas 16 anos, estava a jogar o Campeonato Nacional de Sub 18 (terminou como finalista) quando recebeu a chamada de Rocha, de 24 anos, a convidá-lo para formar a dupla que recebeu um wild card para disputar o torneio.

Daí até ao encontro desta quarta-feira não se passou uma semana, mas os dois conseguiram colmatar a ligação recente e assinalaram a estreia lado a lado — e do mais novo a este nível — com um triunfo inesquecível.

Os parciais tiveram desfechos semelhantes, mas contornos bem diferentes. O apogeu deu-se na fase final do primeiro: Cruz e Rocha recuperaram de uma desvantagem de dois breaks (0-3), anularam um set point ao 3-5, outros dois ao 5-6 e um quarto no tie-break para vencerem o tira-teimas por dramáticos 9-7 após uma hora. No segundo, voltaram a estar em desvantagem por um break, mas devolveram-no de imediato e o equilíbrio manteve-se até disputarem um novo tie-break, que fecharam com cinco pontos consecutivos.

Superado o primeiro obstáculo, os dois portugueses — os únicos a vencerem na variante de pares desta CT Porto Cup — agendaram encontro com os primeiros cabeças de série, Romain Arneodo e Theo Arribage, nos quartos de final. O monegasco e o francês abriram a campanha com uma vitória no dia anterior frente a Pedro Araújo e Diogo Marques, por 6-0 e 7-5.

Esta quarta-feira ainda foram a jogo outros dois tenistas "da casa", mas sem sucesso: Tiago Pereira e o amigo búlgaro Alexander Donski não conseguiram confirmar o estatuto de quartos favoritos e perderam por 6-2 e 6-4 com o indiano Siddhant Banthia e o norte-americano Tennyson Whiting, enquanto Duarte Vale e o norte-americano William Grant cederam por 6-3 e 6-2 perante Mats Hermans e Bruno Pujol Navarro.

No quadro de singulares, a representação lusa também está a cargo de dois jogadores, ambos com regresso à ação marcado para quinta-feira: Henrique Rocha (164.º) às 13h, contra Daniel Masur (294.º), e logo a seguir Jaime Faria (155.º) frente a Enrico Dalla Valle (280.º).

O objetivo dos dois jogadores do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis será chegarem aos quartos de final, ronda que já esta quarta-feira ficou com metade dos encontros definidos.

O primeiro a avançar foi Adrian Andreev (261.º ATP), ao confirmar o estatuto de sexto cabeça de série com um triunfo por 6-4 e 6-2 sobre o qualifier Mate Valkusz (campeão do Porto Open de 2018 neste mesmo recinto e responsável pela eliminação de Pedro Araújo na ronda de acesso ao quadro principal).

Depois, ao búlgaro juntou-se outro jogador oriundo da fase de qualificação igualmente responsável pela eliminação de um português: Daniel Cukierman (541.º), que abriu a campanha com uma vitória sobre Francisco Rocha e já no quadro principal passou por João Domingues, deu a volta ao ex-prodígio checo Jonas Forejtek (número um mundial de juniores em 2019) para vencer por 3-6, 6-4 e 6-0.

Carlos Taberner (234.º e ex-85.º) e Dino Prizmic (347.º depois de ser 155.º há menos de um ano) marcaram encontro ao vencerem os restantes duelos da jornada. O espanhol, finalista do Maia Open em 2020, precisou de duas horas para deixar pelo caminho o qualifier Moez Echargui (412.º) por 6-3 e 6-3, já o croata liderava por 2-0 quando viu o italiano Gianluca Mager (265.º) desistir por causa de uma lesão na perna.