Nuno Borges continua a fazer história e, aos 27 anos, tornou-se no segundo português na história a atingir o top-30 do ranking ATP. O primeiro a conseguir este feito foi o já reformado João Sousa, que atingiu a 28.ª posição em 16 de maio de 2016.
Para esta conquista do tenista maiato muito contribuiu o facto de ter atingido os oitavos de final do Open dos Estados Unidos da América, eliminatória na qual acabou derrotado pelo russo Daniil Medvedev, quinto jogador mundial e campeão do major nova-iorquino em 2021.
Esta tem sido uma época de sonho para Borges, que já no Open da Austrália chegou a esta fase da competição, caindo também às mãos de Medvedev. Após estas duas presenças entre os melhores 16, Nuno Borges tornou-se também no primeiro luso a atingir esta classificação em duas ocasiões no mesmo ano.
Além disso, o português conquistou um torneio pela primeira vez, quando bateu de forma histórica Rafael Nadal para se consagrar vencedor do torneio de Bastad (Suécia) em julho deste ano, pelos parciais de 6-3 e 6-2.
Agora o foco do português está em conseguir ultrapassar o maior tenista luso de sempre, João Sousa, numa missão que ainda tem muitos passos antes de ser completada. Sousa foi o primeiro jogador de ténis com as cores nacionais a entrar nos tops 50, 40 e 30, a jogar na segunda semana de Grand Slams e a participar em duas edições dos Jogos Olímpicos.
Paixão de Nuno Borges começou cedo
Nuno Borges começou a jogar ténis aos 6 anos, na Maia, atividade que conciliava com a natação. Eventualmente, a falta de tempo e o amor maior ao ténis obrigou-o a escolher apenas uma modalidade na qual se focar.
De 2016 a 2019 jogou nos Estados Unidos da América, tendo representado o Mississippi State University, onde se formou em Kinesiologia, tendo também chegado à final do torneio universitário (NCAA) em 2019.
Portista assumido, Nuno Borges sofre de surdez parcial no ouvido esquerdo, mas nem isso o impede de apreciar Coldplay, a banda que mais gosta. Quanto à frase que mais o inspira, foi proferida pelo treinador, Rui Machado. "'Não é quando queres, é quando consegues'. Com isto o meu treinador quer dizer que às vezes te podes sentir muito bem num jogo e as condições para o venceres estarem perfeitas, mas perderes mesmo assim. E quando parece que está tudo desfavorável, chegas lá e ganhas", explicou o tenista.
Aos 27 anos, Borges já não tem assim tanto tempo para conseguir atingir as elevadas expectativas que sobre ele se abatem, fruto do que tem conseguido ao longo dos últimos anos, mas ainda vai mais do que a tempo de garantir um lugar na história do ténis português. Se não conseguir "roubar" o primeiro posto a João Sousa, pode muito bem isolar-se no segundo lugar da hierarquia lusitana.
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