Serena Williams ultrapassou hoje o calor, a febre e a tenista suíça Timea Bacsinszky, com a sua quarta reviravolta no torneio francês, para avançar para a final de Roland Garros, onde irá encontrar Lucie Safarova.

Depois da surpreendente derrota da sérvia Ana Ivanovic, sétima cabeça de série e campeã em 2008, frente à 13.ª tenista mundial, a norte-americana esteve próxima de completar a hecatombe de favoritas no quadro feminino, ‘salvando-se’ com os parciais de 4-6, 6-3 e 6-0.

“Nunca me senti tão doente. Fiquei com gripe depois do meu encontro da terceira ronda e tenho sentido dificuldades desde então”, contou ‘a posteriori’.

As dificuldades da número um mundial foram evidentes ao longo de toda a meia-final - enrolou-se em toalhas húmidas, colocou gelo no corpo e caminhou devagar entre cada ponto, evidenciado dificuldades na deslocação e respiração -, no entanto, pela quarta vez nesta edição do ‘Grand Slam’ francês, Williams recuperou da perda do primeiro ‘set’ para sair vencedora.

“Nunca pensei que podia ganhar e não queria ir a um terceiro parcial. Mentalizei-me que se era para perder, pelo menos tinha de fazê-lo com ‘winners’. Sentia-me tão cansada e quando reparei já estava no terceiro ‘set’. Não sei o que aconteceu”, reconheceu a tenista de 33 anos, que vai tentar conquistar, no sábado, o seu terceiro troféu em Paris, depois dos de 2002 e 2013.

Só Lucie Safarova pode agora impedi-la de completar a primeira metade do ‘Grand Slam’ de calendário, algo só alcançado por três mulheres até hoje (Maureen Connolly, Margaret Court e Steffi Graf), e de ficar a apenas dois títulos de ‘majors’ do recorde de Graf (22).

“É um sonho tornado realidade, ainda tenho dificuldade em acreditar”, disse a tenista checa imediatamente depois de vencer Ana Ivanovic, por duplo 7-5.

Contra si, na final, a 13.ª cabeça de série, terá todas as estatísticas, nem que seja pelo facto de este ser o seu primeiro encontro decisivo de um ‘major’ em 12 anos de carreira e de o seu registo frente a Williams ser de oito derrotas e nenhuma vitória.

Mas Safarova, que acabou por vencer uma meia-final demasiado errática, tem como argumento de peso o facto de ainda não ter perdido qualquer ‘set’ no seu caminho em Roland Garros.

“Vou aproveitar, saborear o momento. Mas tenho também de me preparar para os pares femininos [as meias-finais são na sexta-feira]”, destacou.

Ao contrário das duplas femininas, nos pares mistos já está tudo definido, depois de hoje os norte-americanos Bethanie Mattek-Sands e Mike Bryan, segundos cabeças de série, se terem sagrado campeões, ao bater na final a checa Lucie Hradecka e o polaco Marcin Matkowski, por 7-6 (7-3) e 6-1.