Nuno Marques criticou esta sexta-feira o comportamento do ‘capitão’ austríaco e considerou “um escândalo” o que aconteceu durante o encontro entre Gastão Elias e Dominic Thiem, na primeira eliminatória do Grupo I da Taça Davis em ténis.
“Houve algumas coisas que não deviam ter acontecido. Um ‘capitão’ não pode falar assim com um juiz-árbitro. É curioso que o jogador deles não viu a sua concentração afetada. Andou a partir raquetes e depois não acusou aquela confusão”, queixou-se o ‘capitão’ português, referindo-se às agressivas discussões do selecionador austríaco, Stefan Koubek, com o juiz-árbitro, que interromperam várias vezes o quinto ‘set’.
Marques defendeu que em tantos anos de Taça Davis, quer como jogador, quer como selecionador, nunca viu um ‘capitão’ falar assim: “Pareceu a coisa um pouco descontrolada. Não devia falar assim. Estou curioso para ver algumas imagens na televisão, foi um escândalo”.
O treinador luso criticou Koubek por ter falado em cima da cara do ‘chefe’ da equipa de arbitragem e frisou que a atitude do austríaco só poderia ser justificável caso houvesse uma seleção a ser claramente beneficiada.
“Por favor, que escândalo é que houve? O árbitro internacional fez mais ‘over rules’ contra nós e ninguém se queixou. Alguns juízes de linha estavam intimidados. Nunca vi nada igual. Parecia um circo”, concluiu.
Marques teve ainda palavras para Gastão Elias, o autor de um encontro “heroico” e de uma das melhores performances de sempre de Portugal, na derrota por 3-6, 7-5, 6-3, 1-6 e 7-6 (8-6) frente a Thiem.
Ainda abalado pelo desfecho do encontro com o 14.º jogador mundial, o número dois português mostrou-se chocado com o que se passou no ‘court’ do Pavilhão Vitória Sport Clube.
“O que aconteceu hoje nunca me tinha acontecido. Psicologicamente [o comportamento de Koubek] não me afetou nada, estava tranquilo porque estava a ganhar, estava por cima, mas fisicamente afetou-me bastante, porque fui servir e estava frio. Foi uma paragem absurda”, considerou o 121.º tenista ATP.
Durante quase 20 minutos, tanto o capitão austríaco como Thiem interromperam o encontro a cada ponto jogado.
“Isso não pode acontecer. Pode acontecer uma vez, mas à seguinte o árbitro tem de censurá-lo. O árbitro tem de impor limites. Ele não pode parar o encontro sempre que lhe apetece. E isso afetou-me, sem dúvida. Se não fosse isso, poderia ter ganhado ou não. Nunca saberemos”, lamentou.
No sábado, Elias voltará ao ‘court’ para o encontro de pares. “Neste momento não me sinto nada bem, daqui a uma horinha devo estar melhor. O mental é mais importante do que o físico. Amanhã vou acordar dorido, mas o que importa é a parte psicológica”, destacou.
Foi um dia agridoce para Portugal, mas também para João Sousa, o tenista ‘local’ e número um nacional, que venceu Gerald Melzer, por 6-1, 7-5 e 6-2, diante do seu público.
“Foi uma belíssima experiência poder jogar uma eliminatória na Taça Davis em casa. Hoje, tanto eu como o Gastão vivemos emoções que antes não tínhamos vivido. Este público esteve fantástico. As pessoas estão orgulhosas do que nós fizemos. Infelizmente, o Gastão não conseguiu vencer, mas pode estar muito orgulhoso do nível de ténis que exibiu hoje”, garantiu.
O 37.º tenista mundial, que reconheceu ter transformado a pressão de jogar em casa em motivação, confessou que espera ter um pavilhão tão lotado e barulhento como o de hoje nas próximas eliminatórias.
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