O tenista português Nuno Borges considera “a entrada direta” no quadro principal de Wimbledon, terceiro 'major' da temporada, “uma evolução”, mas vai a jogo “para ganhar” no All England Club, onde Francisco Cabral jogará na variante de pares.
Os dois amigos, Borges e Cabral, estão de regresso à relva londrina, onde se estrearam há um ano, mas em contextos diferentes. Depois de terem formado dupla em 2022, este ano o jovem natural do Porto vai jogar ao lado do parceiro brasileiro Rafael Matos, enquanto o maiato terá novamente dupla missão, disputando o quadro de singulares e a competição de pares, desta vez ao lado do colombiano Nicolas Barrientos.
Nuno Borges, número 68 no ranking ATP, acedeu em 2022 ao quadro principal como ‘lucky loser’ e foi eliminado na ronda inaugural, mas este ano entrou diretamente no lote de 128 jogadores que compõem a grelha individual do Grand Slam britânico, que irá decorrer entre segunda-feira e 16 de julho, nos 'courts' de relva do All England Club, cujo patrono é a Princesa de Gales, Kate Middleton.
“Uma entrada direta aqui é uma evolução, mas claro que vou a jogo para ganhar e tentar chegar à segunda ronda. Cada encontro aqui, para mim, é quase uma final e, seja contra o adversário que for, será muito duro. Espero estar à altura do desafio. Este costuma ser o meu discurso, mas a verdade é que tenho mantido esta perspetiva para me ajudar a competir melhor”, avançou o maiato de 25 anos, em declarações à Lusa.
O tenista português, único na prova de singulares, após a derrota de Frederico Silva no terceiro encontro do ‘qualifying’, vai defrontar na abertura o argentino Francisco Cerundolo, número 19 na hierarquia mundial, mas diz que “a preparação tem sido boa, os treinos estão a correr bem e os campos estão impecáveis”, além de já ter tido “a oportunidade de sentir a bola na relva nos outros torneios, o que sem dúvida tem ajudado”.
Após ter atingido a segunda ronda em Roland Garros, Borges alcançou as meias-finais na relva do 'challenger' de Nottingham, onde cedeu perante o britânico Andy Murray, e foi eliminado na estreia no 'challenger' de Ilkley, que, apesar de habitualmente ser disputado em relva, este ano, devido às condições climatéricas, foi jogado em piso rápido indoor. No ATP 250 de Eastbourne também ficou pela primeira eliminatória e agora segue-se Wimbledon.
“Este é um dos grandes palcos, adoro estar aqui. É um torneio incrível, tem um ambiente único, é um torneio muito especial para qualquer jogador e é realmente um sonho poder estar aqui. Entrar direto já é uma vitória para mim, agora é dar tudo em campo e esperar que as coisas corram bem, nem sempre estão sob o meu controle, mas tenho feito tudo para que assim seja e para jogar o meu melhor ténis", frisou.
Apesar de cumprido o primeiro objetivo, de aceder diretamente ao quadro principal, o atleta do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis refere que “se conseguir ganhar a primeira ronda já seria muito bom”, mas não esconde a ambição maior.
“Depois, naturalmente vou querer mais. Vou com ambição, mas também sei que são encontros complicados. Sinto que estou bem preparado, estou a jogar bem, os treinos têm corrido bem, a relva já não é, pelo menos, uma coisa muito estranha e sinto que começo a ter uma arma ou outra que me pode ajudar nesta superfície. Vou tentar usar isso ao máximo”, sublinhou.
Na variante de pares, Nuno Borges vai alinhar ao lado do colombiano Nicolas Barrientos, um adversário que tinha defrontado no Open dos Estados Unidos e já havia jogado em singulares, mas o destaque maior nesta competição vai para Francisco Cabral.
O portuense ocupa o 50.º lugar no ranking mundial de pares e é o melhor jogador português da atualidade na respetiva variante. Em Wimbledon, vai jogar na companhia do parceiro brasileiro Rafael Matos (44.º em pares), com quem atingiu a terceira ronda em Roland Garros, segundo torneio do Grand Slam da temporada.
“A relva é sempre uma superfície diferente das outras, quase que parece um jogo diferente e, por isso, requer muita adaptação. Infelizmente, não conseguimos fazer todos os torneios de preparação juntos, mas sem dúvida que neste encontro dos quartos de final [ATP 250 de Maiorca] já apresentámos um nível muito melhor”, defendeu, em declarações à Lusa, Cabral, de 26 anos, que jogou o 'challenger' de Ilkley com o neerlandês Bart Stevens.
Mesmo confessando não ser “a superfície mais confortável”, Francisco Cabral, vencedor de dois títulos ATP 250, um deles no Estoril Open com o amigo Nuno Borges, promete que a dupla luso-brasileira vai dar o seu melhor: “Jogo a jogo, ponto a ponto”.
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