O piloto Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) é o ponta de lança da armada lusa que participa na 44.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, que arranca sábado, em Jeddah, na Arábia Saudita.
O antigo piloto de motocrosse chega a esta prova depois de ter terminado no pódio de uma prova do campeonato do mundo de TT pela primeira vez, no Abu Dhabi Desert Challenge, em novembro.
Joaquim Rodrigues Jr. inicia no sábado a sua sexta participação na prova, em que se estreou em 2017, depois de uma bem-sucedida carreira em motocrosse e supercrosse, com vários títulos nacionais conquistados nas duas modalidades e passagens pelo Campeonato do Mundo de motocrosse (com a VOR e a Honda) e pelos campeonatos norte-americanos, com a KTM.
“Sabe muito bem regressar ao Dakar após um ano de crescimento consistente para mim e para toda a equipa. Os resultados também foram positivos”, disse o piloto português, antes da partida para a Arábia Saudita.
O 11.º lugar conseguido em 2021 foi o melhor resultado do barcelense no Dakar desde o 10.º do ano de estreia, em 2017.
“O objetivo principal é sempre o Dakar. Temos de treinar no deserto e, este ano, tentámos fazer o máximo de corridas que pudemos. Acho que estamos mais bem preparados para o próximo Dakar”, acredita o piloto da Hero.
Depois de ter sido 11.º classificado na edição de 2021, o piloto de Barcelos recupera, ainda, do trauma provocado pela morte do cunhado, o também piloto Paulo Gonçalves, que sucumbiu após uma queda sofrida na sétima etapa da edição de 2020, mas aponta a um lugar entre os dez mais rápidos.
“Correr é o melhor que se pode fazer. Sempre que saio com a mota, o Paulo vai comigo, em todas as corridas. Têm sido tempos difíceis, para a minha família e os meus sobrinhos. Mas levá-lo comigo dá-me mais motivação para continuar e não desistir”, conta.
O piloto luso da Hero acredita que está numa das melhores formas desde que se iniciou nos ralis.
“Treinei de forma particularmente dura para o Dakar desde essa altura e espero ter um excelente mês”, frisou.
Com 40 anos, Joaquim Rodrigues Jr. soma um 10.º lugar em 2017, um 17.º em 2019 e um 11.º em 2021, para além de dois abandonos. Um, em 2018, logo na primeira etapa após uma queda violenta numa duna e outro, em 2020, após o fatídico acidente de Paulo Gonçalves.
Para esta edição não conta com a ajuda do luso-germânico Sebastian Buhler, devido a lesão, bem como do italiano Franco Caimi, que se lesionou pouco antes de partir para a Arábia Saudita, sendo substituído pelo sul-africano Aaron Marè.
A 44.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno arranca sábado, em Jeddah, na Arábia Saudita, terminando no dia 14 na mesma cidade.
Ao todo, de acordo com o site oficial da prova, há 19 portugueses inscritos, sete em motas (Rui Gonçalves, António Maio, Joaquim Rodrigues Jr., Mário Patrão, Alexandre Azinhais, Arcélio Couto e Paulo Oliveira), quatro em automóveis (Felipe Palmeiro, navegador do lituano Benediktas Vanagas, Paulo Fiúza, navegador do lituano Vaidotas Zala, e a dupla Miguel Barbosa/Pedro Velosa), quatro na categoria de veículos ligeiros (Rui Carneiro/Filipe Serra e Mário Franco/Rui Franco) e, por fim, outros quatro em SSV (Luís Portela de Morais/David Megre e Rui Oliveira/Fausto Mota).
Em 2022, o percurso terá um total 8177 quilómetros, 4258 deles cronometrados, menos 500 do que na edição anterior.
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