O australiano Daniel Sanders (GasGas) manteve hoje a liderança das motas na 45.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, após a disputa da quarta etapa, ganha pelo espanhol Joan Barreda (Honda), na Arábia Saudita.
O dia ficou marcado, desde cedo, pela queda do motociclista português Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), ao quilómetro 90 dos 425 previstos para a especial desta quarta-feira, com partida e chegada em Hail.
Junto ao piloto barcelense parou o chileno José Ignacio Cornejo (Honda), para auxiliar Quim Rodrigues Jr., que acabaria transportado ao hospital de Hail com o fémur da perna esquerda partido, onde será operado.
“Caí e parti a perna. Agora, no hospital, sinto-me muito melhor. Agradeço todo o apoio e espero regressar em breve”, disse o piloto português, citado pela equipa indiana, após a desistência na sétima participação na prova.
O espanhol Joan Barreda (Honda) foi dado como vencedor, ele que corre há dois dias com um dedo de um pé fraturado depois de ter batido numa pedra na segunda etapa.
No entanto, a organização viria a rever as classificações e a retirar 25.55 minutos ao tempo de Ignacio Cornejo, que recebia, assim, a vitória nas motas com cerca de 10 minutos de avanço para Barreda.
Mas a organização, a cargo da empresa francesa Amaury Sports Organization (ASO), que, entre outras provas, organiza o Tour de França, voltou a rever as classificações e, em vez dos 25.55 minutos retirados ao tempo de Cornejo, descontou apenas 7.35 minutos, o que voltou a colocar o triunfo nos braços do piloto espanhol.
Barreda chega, assim, aos 29 triunfos no Dakar, batendo o chileno Pablo Quintanilla (Honda) por apenas 16 segundos e o norte-americano Skyler Howes (Husqvarna) por 1.05 minutos.
Mário Patrão (KTM), que corre sem assistência, na categoria Malle, foi o melhor português, na 33.ª posição, a 55.48 minutos.
Rui Gonçalves (Sherco) foi penalizado em 15 minutos por falhar um ponto de passagem obrigatório e foi 36.º, a 1:08.13 horas.
António Maio (Yamaha) ficou sem gasolina e perdeu quase duas horas, terminando em 64.º.
“No início da especial perdi algum tempo, porque a mota atascou numa duna. No entanto, consegui resolver o problema rapidamente e, daí para a frente, consegui imprimir bom ritmo. A 10 quilómetros da assistência fiquei sem gasolina e perdi imenso tempo, o que condicionou o resto da minha corrida. Com este resultado fica mais difícil alcançar uma boa classificação, mas vou continuar a lutar”, prometeu o piloto alentejano.
Pior esteve o luso-alemão Sebastian Bühler (Hero), que também ficou sem gasolina na primeira parte da especial, e afundou-se na classificação.
“A areia estava molhada e compacta da chuva que caiu. Com estas condições, a mota gasta mais combustível do que o normal. Depois de esperar bastante tempo, outro piloto cedeu-me gasolina para chegar ao reabastecimento”, explicou, desejando “uma rápida recuperação” a Quim Rodrigues, seu companheiro de equipa.
Com estes resultados, Daniel Sanders manteve o comando das duas rodas, com 3.33 minutos de vantagem sobre Skyler Howes e 4.05 minutos sobre o argentino Kevin Benavides (KTM).
Rui Gonçalves é o melhor português, em 24.º, com António Maio em 27.º, Bühler em 38.º e Mário Patrão em 40.º, segundo dos Malle.
Na quinta-feira, disputa-se a quinta das 14 etapas da prova, novamente com partida e chegada em Hail mas com 373 quilómetros de especial cronometrada.
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