A Ferrari fez história ao vencer a edição do centenário das 24 Horas de Le Mans, a mais mítica das provas de resistência em solo europeu, derrotando a Toyota, que vinha de cinco triunfos consecutivos.
O Ferrari 499P híbrido conduzido por James Calado, Alessandro Pier Guido e Antonio Giovinazzi conseguiu a 10.ª vitória para a marca do Cavallino Rampante, a primeira desde 1965, ao cruzar a meta com 342 voltas e 1.21,793 minutos de vantagem sobre os segundos classificados, Sébastien Buemi, Ryo Hirakawa e Brendon Hartley (Toyota).
Eral Bamber, Alex Lynn e Richard Westbrook (Cadillac) fecharam o pódio, já com uma volta de atraso.
A Toyota começou por dominar as operações, tentando a sexta vitória consecutiva na prova francesa, mas, desta vez, teve a oposição dos outros construtores, que se mostraram mais competitivos.
Porsche, Cadillac e Peugeot também passaram pela liderança numa prova que sofreu ainda com a chuva que se abateu sobre o circuito de la Sarthe.
A cinco horas do final, Alessandro Pier Guido ultrapassou Sebastien Buemi para alcançar a liderança, que chegou a ser de mais de um minuto. Mas um problema no Ferrari durante uma das paragens nas ‘boxes’ encurtou a vantagem e os dois carros entraram nas duas últimas horas separados por 20 segundos.
Brendon Hartley foi recuperando terreno ao Ferrari então conduzido por Antonio Giovinazzi, baixando a distância para os 10 segundos.
Nessa altura, o japonês Ryo Hirakawa cometeu um erro, falhando a travagem em Arnage, embatendo com a frente do Toyota no muro; fez um pião e embateu também com a traseira antes de se imobilizar.
Foi a estocada final nas aspirações do construtor japonês, que teve de se contentar com o segundo lugar, falhando a sexta vitória consecutiva, algo que a Ferrari conseguiu em 1965, ano da última vitória da marca transalpina em Le Mans.
Em LMP2, a vitória foi para o espanhol Albert Costa, o suíço Fabio Scherer e o polaco Jakub Smiechowski, num Oreca.
A prova foi aziaga para os portugueses, com António Félix da Costa, que faz equipa com o britânico Will Stevens e com o chinês Ye Yifei num Porsche 963 oficial, a ter problemas e a cumprir apenas 244 voltas, terminando na 13.ª posição dos hipercarros (categoria principal), 40.ª da geral.
Já na segunda categoria, a LMP2, Filipe Albuquerque viu o companheiro britânico Frederik Lubin cometer um erro e despistar-se quando lideravam a classe, obrigando a uma grande perda de tempo para reparar o Oreca da United Autosports.
O português fechou a 10.ª participação no 11.º lugar dos LMP2, 21.º da geral.
“Não é fácil descrever a sensação. Estávamos com um carro bastante competitivo, a recuperar posições e muito confiantes. E um erro do Frederik, estreante na prova e menos experiente, deitou por terra a hipótese de estarmos na luta pela vitória. Foi frustrante. Daí em diante, foi fazer o possível para terminarmos o mais na frente possível”, começou por referir o piloto de Coimbra.
O piloto luso lamentou ainda os problemas de travões que acometeram o seu carro.
“Olhando para o resultado final da prova, a equipa vencedora estava no início da corrida bem mais atrás do que nós. Mas a realidade é que sobreviveram sem problemas a uma corrida que foi perita em peripécias para a grande maioria das equipas”, frisou Albuquerque, que espera conseguir a segunda vitória da carreira na prova francesa no próximo ano.
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