
Julho de 2020: Marc Márquez sofre uma aparatosa queda em Jerez de la Frontera que lhe provoca uma fratura no úmero. Na altura, era ele quem mandava no mundo da MotoGP, vindo de quatro títulos de campeão do mundo consecutivos, a somar aos dois que já havia conquistado antes. Foi operado, tentou regressar no Grande Prémio seguinte, mas as dores eram muitas e não mais correu nessa temporada.
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Voltou já com a temporada de 2021 em andamento, mas os resultados estavam longe de ser os mesmos (apesar de ter somado duas vitórias), e face a dores persistentes e mais quedas, chegou a questionar se devia colocar um ponto final na carreira.
Refletindo sobre este período turbulento, Márquez admite de forma franca: “O meu maior erro foi voltar demasiado cedo.” A dor constante, um braço instável e a perda do instinto de corrida lançaram-no numa espiral de desespero. Em 2021, encontrou-se a questionar a sua identidade como piloto, atormentado pelo pensamento: “Porque não simplesmente parar?” A sombra da reforma pairava, e a esperança parecia esvair-se.
Mas continuou, apesar de as lesões e as quedas (chegou a cair cinco vezes num só GP, na Alemanha) o continuarem a perseguir nas temporadas seguintes, com muitos a duvidarem se alguma vez voltaria a ser o que era e se alguma vez conseguiria chegar ao almejado sétimo título, de forma a igualar o lendário Valentino Rossi. Mas, em 2024, com uma nova equipa, ressurgiu. Terminou no 3.º posto do Mundial de Pilotos e agora, em 2025, ao leme de uma Ducati, está à beira do que se pensava que já não ia acontecer: o tal sétimo título de campeão do mundo.
Assim vão as contas do Mundial de MotoGP 2025
Márquez, que já conquistou os títulos de 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019, tem 182 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o irmão Alex Márquez, seu colega na Ducati, pelo que precisa de conquistar três pontos ao adversário ao longo do GP do Japão deste fim de semana (seja na corrida sprint, no sábado, ou na corrida principal, no domingo).
A vitória na corrida sprint vale 12 pontos, contra os nove do segundo lugar. Na corrida principal, uma vitória vale 25 pontos e um segundo lugar vale 20.
Em 16 provas disputadas, Marc Márquez já bateu o recorde de pontos de uma mesma época (tem 512 e o anterior máximo era de 508, conseguido por Jorge Martin no ano passado), quando ainda faltam disputar seis grandes prémios. Falhou o pódio apenas por duas vezes (desistência na América e 12.º em Espanha) e leva 11 vitórias nas corridas principais de domingo (mais dois segundos e um terceiro lugares) e 14 nas corridas sprint de sábado.
Aos 32 anos, igualará Valentino Rossi no segundo lugar dos pilotos com mais títulos conquistados, ambos com sete (mais dois nas categorias intermédias), apenas atrás do italiano Giácomo Agostini, que conquistou oito na categoria rainha (então 500cc) entre as décadas de 1960 e 1970.
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