O piloto espanhol Marc Márquez (Ducati) ganhou hoje o Grande Prémio da Austrália de MotoGP, 17.ª prova da temporada, mas Jorge Martin (Ducati) ganhou mais algum fôlego na luta pelo Mundial de Pilotos.
Márquez, que largou da segunda posição da grelha, ficou a patinar no arranque e desceu ao sétimo lugar da classificação mas viria a recuperar, cortando a meta com 0,997 segundos de vantagem sobre o espanhol Jorge Martin, que foi segundo, e 10,100 sobre o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), que foi terceiro, alcançando o terceiro triunfo da temporada.
Com um mosquito esmagado na viseira do capacete, o piloto espanhol decidiu deitar fora uma das películas da viseira para limpar. No entanto, a película plástica ficou debaixo da roda traseira e, no momento do arranque, provocou uma grande derrapagem da Ducati do piloto espanhol, que se viu engolido pelo pelotão, baixando do segundo ao 13.º posto.
“Fiz o que nunca faço, porque é arriscado, mas tinha um grande mosquito no meio da viseira”, explicou o piloto catalão, que no final da primeira volta já era sétimo.
Com Miguel Oliveira (Aprilia) ainda de fora a recuperar de fraturas no pulso esquerdo sofridas no GP da Indonésia, Jorge Martin saiu disparado da pole position, tentando cavar uma distância segura para a concorrência.
O italiano Francesco Bagnaia, a precisar de recuperar pontos no campeonato, focou-se na perseguição ao líder. O tricampeão apanhou Jorge Martin na 12.ª volta das 27 previstas mas o tiro saiu pela culatra. Apesar de ter passado pela liderança por breves instantes, não só viu o espanhol responder como ainda foi ultrapassado por Marc Márquez, que vinha em franca recuperação depois do mau arranque.
Jorge Martin aumentou o ritmo e afastou-se de Bagnaia, levando consigo na roda Marc Márquez.
“Com o vento foi difícil. Tentei atacar mas sabia que o Marc estava lá e ele não tinha nada a perder”, explicou o piloto madrileno.
A quatro voltas do final, Marc Márquez, que já tinha vencido em Aragão e em San Marino, aproveitou que Martin alargou a trajetória na curva quatro do circuito de Phillip Island para saltar para a frente.
O piloto madrileno recuperou o primeiro lugar no final da reta da meta, a três voltas do final, mas já não susteve o ataque seguinte de Márquez, algumas curvas mais tarde.
“Depois do que aconteceu no arranque pensei que era impossível apanhar o Martin mas a partir da sexta volta comecei a atacar e apanhei-o. Sabia que precisava de poupar os pneus para o final”, frisou Marc Márquez.
Martin percebeu que o ritmo estava diabólico – a corrida foi 51 segundos mais rápida do que a do ano passado – e pensou no campeonato, contentando-se com o segundo lugar, que lhe permitiu ganhar mais quatro pontos a Bagnaia, que foi terceiro.
“Agora vamos ter duas corridas onde me sinto muito melhor. Tentei seguir o ritmo deles mas fizeram muito melhor trabalho do que nós”, disse, resignado, o piloto italiano.
O espanhol Pedro Acosta (GasGas) foi baixa com dores num ombro enquanto Marco Bezzecchi (Ducati) e o italiano Lorenzo Salvadori, que substituiu Miguel Oliveira na Trackhouse, correram tocados fisicamente.
Com três provas para o final do campeonato, Jorge Martin lidera, agora, com 424 pontos, mais 20 do que Bagnaia e mais 79 do que Márquez, que se isolou na terceira posição.
Miguel Oliveira, que falhou a terceira corrida consecutiva, viu-se apanhado no 14.º lugar do campeonato pelo australiano Jack Miller (KTM), que será seu companheiro de equipa na Pramac com a Yamaha em 2025. Ambos têm 71 pontos.
A próxima ronda é o GP da Tailândia, dentro de uma semana.
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