O Benfica em Braga só apresentou três dos jogadores que iniciaram o jogo com Paços de Ferreira. A disputar quatro competições, Jesus vai fazendo a gestão dos jogadores. Contudo, desta vez exagerou nas mexidas, pois defrontar o Braga com uma equipa de segunda era, e foi, arriscado.

Por muito que se fale em ideias, estratégia e de conhecimento na escolha da equipa adequada para defrontar este ou aquele adversário, não é possível esperar que um onze insólito desenvolva a excelente qualidade que a equipa base habitualmente pratica, dado que as rotinas, as movimentações, os sincronismos e a ligação entre os setores, raramente funcionam. Não admira que o Benfica face a estes condicionalismos tenha realizado uma das piores exibições.

O Benfica tem um excelente e numeroso grupo de jogadores. Contudo, para atuarem a “meio campo” no corredor central as opções são reduzidas. Não existe um jogador para substituir a dupla eficácia (defesa-ataque) de Matic. Carlos Martins está sem ritmo. Enzo é uma opção que tarda a adaptar-se. Ambos os Andrés (nesta posição) têm pouca competição. Aimar é um desejo, mas na realidade é uma saudade?

A equipa com três ou quatro mudanças não estranha, mantem e apresenta um futebol de alto nível, com relevo para a sua exuberante filosofia atacante. Mas ontem a inusitada “revolução” pesou na expetativa ao proporcionar uma inesperada e paupérrima prestação.

A preocupação de vencer o título nacional é lógica e recomenda-se. Todavia não se deve menosprezar as outras provas passíveis de conquistar. Neste caso a tradição, a afinidade, a ternura na relação vitoriosa entre o clube e a Taça da Liga talvez merecesse outra atenção. Até porque o próximo jogo para o campeonato é frente ao penúltimo classificado.  

O Braga inicialmente tinha como objetivo lutar para vencer as provas que disputava. Porém, a fraca prestação afastou-o desse desiderato, com exceção da Taça da Liga. Perante este naufrágio, a tábua de salvação era derrotar o Benfica. Começa a ser tradição, pois nas meias-finais frente ao Benfica, o Braga tem- se saído bem. Há dois anos derrotou-o na Liga Europa e ontem afastou-o da final da Taça da Liga.