Ambas as equipas portuguesas nos jogos de ontem na Liga dos Campeões perderam. Mas foram antagónicas em termos de qualidade de jogo. O Benfica está a demorar a definir um estilo de jogo que se aproxime das exibições das épocas antecedentes. Jorge Jesus é um treinador muito acima da média, mas vai ter de acelerar o seu trabalho, pois a falta de substitutos à altura dos jogadores ausentes têm de ser colmatadas. Se Matic preenche relativamente a falta de Javi Garcia, já Enzo não tem a classe, nem a clarividência técnica de Witsel.
Neste momento o Benfica é último no grupo e vai ter de se superar para seguir em frente. Este modelo de 4x4x2 é na teoria o mais consentâneo, mas é preciso que tenha elementos para o interpretarem. A defender o Benfica esteve mal. O castigo de Luisão também contribui para esta fragilização. O meio-campo não defende, os médios alas não fletiram e assim o sector ficou demasiado em inferioridade numérica. Valeu Artur que fez uma série de defesas que evitaram uma derrota mais volumosa.
Em termos atacantes o Benfica raramente ligou o jogo. Pelo motivo já referenciado, falta de ideias, de interação entre os sectores, de qualidade de passe e de movimentação correta na solicitação do passe. Os pontas de lança terão de criar e combinarem vários lances combinados entre si, para ludibriarem a defesa.
Já o Sporting de Braga mostrou identidade, personalidade e desinibição em Manchester. Marcou muito cedo, o que lhe reforçou a confiança. Por isso durante a primeira metade sentiram-se mais à vontade, mais seguros dada a grande entreajuda coletiva que lhe proporcionou cada vez mais facilidades nas opções de escolha de passe. Continuaram a jogar no estilo bonito de temporização, o qual quando menos se espera, cria jogadas de golo.
Claro que o adversário, o Manchester United, não é adversário para vender barato a derrota. Tem jogadores de enorme qualidade e uma equipa com um ótimo coletivo. Na segunda parte impôs um ritmo muito forte e conseguiu dar a volta ao marcador. Este binómio dominante em cada parte do jogo produziu um espetacular jogo de futebol. Marcaram-se cinco golos, o que reflete uma excelente atuação das equipas.
Existiu mérito na execução dos golos dos ingleses, mas também ouve demérito por parte dos jogadores do Braga nos três golos sofridos. A defesa cometeu erros em todos os golos sofridos. Por muito que os técnicos chamem a atenção dos jogadores quanto ao seu posicionamento em função da bola e do opositor. E devem continuar para evitar repetição de erros penalizadores. Contudo, os jogadores só se preocupam com a bola e ao mirá-la esquecem-se de acompanhar as movimentações dos adversários. Foi pena porque o Braga merecia mais!
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