Temos aconselhado as equipas apetrechadas para jogarem taco a taco com os adversários mesmo que estes sejam teoricamente superiores. O treinador do Estoril fez isso e teve muito mérito na obtenção de um merecidíssimo ponto, neste jogo com o Benfica.
Marco Silva é destemido e encarou taco a taco o jogo da Luz. E correu riscos ao inicialmente jogar com dois centrais frente aos dois perigosos arietes do Benfica. Nos primeiros quinze minutos, o Estoril poderia ter sofrido três golos, aqueles que por falta de oposição, Lima e CardoZo desperdiçaram.
O Benfica nesse período empurrou os canarinhos, os quais praticamente não tinham entrado no meio campo das águias. A partir daí o Estoril equilibrou o jogo. Mas se o desequilíbrio entre avançados e centrais era favorável ao Benfica, já o Estoril beneficiava da supremacia no meio campo com três jogadores perante dois dos encarnados. O domínio desta zona foi a principal razão do bom jogo da equipa da linha, o qual lhe proporcionou ter mais posse de bola.
A última meia hora indiciou que o Benfica teria sérias dificuldades em vencer o jogo. É verdade que livres de marcação, Lima e Cardozo continuaram a criar ocasiões de golo. A mais flagrante foi o remate ao poste de Lima. Mas o Estoril criou momentos onde poderia ter marcado para além da grande penalidade sobre Luís Leal, a qual ficou por assinalar.
Na segunda parte aconteceram os golos, mas já antes e também depois de serem marcados, qualquer equipa poderia ter marcado. Curiosamente Jefferson, que antes tinha negado o golo a Maxi, inaugurou o marcador. Foi um jogo agradável de seguir. Com o Estoril a conseguir com muito mérito o passaporte para a Europa e o Benfica inquieto, acusou com demasiada ansiedade o receio de perder e diminuir a confortável margem, a qual mesmo perdendo no Dragão lhe proporcionaria o título.
Tínhamos escrito que se o Benfica repetisse neste jogo a exibição conseguida frente aos turcos venceria. Contudo ontem isso não sucedeu porque alguns jogadores desgastados, estiveram muito distantes daquilo que fizeram na quinta-feira. Cardozo não repetiu a intensidade, nem a mesma velocidade. Gaitán e Sálvio muito distantes do ritmo e da dinâmica anterior. Enzo Pérez sentiu de tal modo o desgaste que saiu lesionado.
Este campeonato já deu tanta volta. No auge das duas equipas tudo indicava que o jogo no Dragão fosse decisivo. Depois o Porto empatou e o seu futebol decaiu e passou por uma má fase. Todavia na Camacha deixou indicações de grande melhoria. O Benfica apesar de liderar também ultimamente não era aquela equipa à Benfica, mas frente aos turcos indiciou que estava ali para as curvas. Contudo o jogo de ontem voltou a ser indefinido.
O Benfica para ser campeão basta não perder no próximo sábado. O Porto neste momento também depende só dele, ou seja, se vencer o líder, ultrapassa-o. Aqui está mais um escaldante e indefinido final de época. O Porto mesmo que vença o Benfica ainda tem de visitar a equipa sensação, o Paços de Ferreira. O Benfica para além do título, tem ainda o compromisso de disputar duas importantes finais. O Porto estava na eminência de não ganhar nada. O Benfica tinha e tem em mente vencer as três provas. Vamos aguardar para ver.
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