A Seleção de Portugal encerrou a fase de grupos do Euro-2024 com uma derrota frente à Geórgia, em Gelsenkirchen. Portugal, comandado por Roberto Martínez, apresentou-se num sistema tático de 1x3x4x3 com algumas alterações relativamente ao jogo anterior. Neste sentido, Diogo Costa permaneceu na baliza, mas a linha defensiva foi composta por António Silva, Danilo Pereira e Gonçalo Inácio. Seguidamente, com Diogo Dalot e Pedro Neto nos corredores, auxiliando João Palhinha e João Neves no meio-campo. No trio-atacante encontrava-se João Félix, Cristiano Ronaldo e Francisco Conceição. Os laterais, Diogo Dalot e Pedro Neto, tinham um papel crucial tanto na defesa quanto no apoio ao ataque, proporcionando amplitude e opções de cruzamento. O ataque foi liderado por Cristiano Ronaldo que, apesar da idade, continua a ser uma presença imponente na área, enquanto João Félix e Francisco Conceição trouxeram velocidade e criatividade pelos corredores laterais.
Deste modo, Portugal procurava também ter o posicionamento de João Félix por dentro, para que através da sua qualidade técnica de receção orientada e aceleração com bola conseguisse quebrar a linha de cinco jogadores da Geórgia. A Seleção Nacional tinha de ter mais posse de bola e ser mais forte no momento de transição defensiva, relativamente ao adversário.
Neste sentido, Portugal adotou uma abordagem de controlo total da posse de bola ditando o ritmo do jogo. Desta forma, a Seleção entrou na partida procurando a construção da 1.ª para a 2.ª fase através dos médios. Neste caso, João Palhinha e João Neves procuravam receber a bola por meio de mobilidade interior, dando maior liberdade e profundidade aos laterais. No entanto, foi nos minutos iniciais e, com um erro individual de António Silva que a Geórgia abriu o marcador.
Após o golo, a Seleção comandada por Roberto Martínez continuou o controlo de posse de bola, procurando ter a paciência necessária para circular e explorar a abertura de espaços no bloco bastante compacto da Geórgia. Portugal implementou uma pressão alta para forçar erros dos adversários e recuperar a bola em zonas avançadas do campo. Esta tática é facilitada pela capacidade atlética e trabalho defensivo dos avançados e médios, permitindo uma transição imediata para o ataque após a recuperação da bola. No entanto, e em organização ofensiva, observou-se alguma passividade e pouca mobilidade dos jogadores de Portugal relativamente ao portador da bola. Além disso, existiram muito poucos desequilíbrios nas alas e pouca disponibilidade de movimentos de rotura para desmontar a linha defensiva de 5 da Geórgia. No entanto, a estratégia inicial passava por tentar explorar os espaços entrelinhas e a capacidade de um para um ofensivo e drible dos extremos, nomeadamente, Francisco Conceição e Pedro Neto.
Devido ao bloco baixo e compacto por parte da linha defensiva da Geórgia, a equipa portuguesa tornou-se pouco eficaz nas transições rápidas, não conseguindo aproveitar a velocidade dos seus extremos e a precisão nos passes longos de jogadores como João Palhinha, João Neves e Rúben Neves.
Na entrada para o 2.º tempo, o selecionador realizou a troca de João Palhinha por Rúben Neves. No entanto, ao minuto 56, por um erro individual de António Silva, que fez falta dentro da grande área, originando penálti, a Geórgia aproveitou para fazer o 0-2.
Embora tivesse muita posse de bola, a Seleção Nacional não criou qualquer situação de perigo na baliza adversária, oferecendo bastante estabilidade à linha defensiva adversária. As poucas oportunidades de golo não foram concretizadas, uma lacuna que Portugal tem de corrigir, pois não marcar mesmo quando só se tem uma oportunidade pode ser um problema em jogos contra adversários mais fortes.
Geórgia: Compactação e solidariedade defensiva
Por outro lado, tínhamos uma Geórgia motivada pela necessidade de vitória e com capacidade de transições ofensivas frenéticas. Posto isto, a equipa liderada pelo técnico Willy Sagnol optou por um sistema tático de 1x5x3x2, com linhas muito compactas e bastante solidariedade defensiva dos seus jogadores ao portador da bola para não permitir a circulação rápida por parte de Portugal. Além disso, pressionar em bloco médio, ou até médio/baixo, não permitia abertura de espaços entrelinhas, nomeadamente, entre a sua linha média e defensiva.
Esta seleção da Geórgia tem um misto de juventude, aliado a jogadores muito experientes, com grande talento individual, destacando-se, nomeadamente, Khvicha Kvaratskhelia (Nápoles), Georges Mikautadze (Metz), Giorgi Kochorashvili (Levante) e Giorgi Chakvetadze (Watford). Além disso, registaram-se alguns momentos de perigo para a baliza portuguesa, defendida por Diogo Costa em momentos de transição ofensiva, aproveitado as igualdades e superioridades numéricas. Neste sentido, a equipa da Geórgia tem demonstrando ser uma equipa muito bem organizada em termos defensivos, exercendo pressão desde o avançado até à linha defensiva, de forma constante, variando entre os blocos defensivos.
Por outro lado, em termos de organização ofensiva, demonstra confiança e, mesmo sob pressão, dos adversários mantém a bola na linha defensiva até conseguir a profundidade ou verticalidade no jogo. Neste sentido, também demonstra capacidade em manter a posse de bola, de modo a atrair o adversário, para poder explorar os espaços livres.
Fruto deste resultado, um dos primeiros objetivos da Seleção foi alcançado, sendo garantida a presença nos oitavos de final e, em primeiro lugar no grupo F com os mesmos pontos da Turquia. Estando nesta posição iremos defrontar a Eslovénia, o terceiro melhor classificado no somatório do grupo A, B e C.
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