Luís Filipe Vieira esteve presente na segunda sessão do julgamento do processo Saco Azul, no Juízo Central Criminal de Lisboa, e mostrou-se tranquilo relativamente à acusação.

"De certeza que assinei o contrato referido na acusação, mas esses tipo de contratos não iam a Conselho de Administração. O que ia a Conselho de Administração era discutido futebol puro e duro. Muitas vezes, contratos de jogadores, só à posteriori é que iam a conselho de administração. Quem trabalhava comigo tinha autonomia completa. Eu só tinha mais olho nos contratos dos jogadores. Nunca tive um computador na minha vida. Papel e lápis", começou por dizer.

De seguida, o antigo presidente do Benfica aproveitou ainda para lembrar e valorizar o trabalho desenvolvido durante a sua presidência, garantindo que o emblema da Luz serviu de exemplo para muitos outros.

"Tenho muito orgulho no trabalho que desenvolvemos no Benfica, éramos um exemplo em termos europeus. Há clubes que tentaram copiar-nos, revolucionámos muito em Portugal. Inovámos muito e em muitas áreas e graças aos profissionais que o Benfica tinha. Eu poderia ficar no Seixal e focado na formação. O Benfica chegou a ter um pico de endividamento de 380 milhões de euros e quando saímos o endividamento estava abaixo dos 100 milhões de euros. Desportivamente, tinha mais responsabilidade eu e o Rui [Costa], a termos de contas, outras pessoas e fomos a SAD que deu anos e anos de resultados positivos. Graças a estas pessoas", sustentou o antigo presidente dos encarnados", referiu Luís Filipe Vieira.

É de recordar que Luís Filipe Vieira é suspeito de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documentos.