O Ministério Público espanhol apresentou hoje no Tribunal Nacional uma denúncia contra Luis Rubiales, presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), solicitando uma investigação pelos crimes de agressão sexual e coerção.
Em causa está o beijo na boca que Luís Rubiales deu à jogadora Jenni Hermoso, após o final do campeonato do Mundo feminino de futebol, que a Espanha conquistou com uma vitória frente a Inglaterra (1-0), em 20 de agosto, em Sydney, na Austrália.
O Ministério Público considera que esta ação de Luis Rubiales não foi consensual e, portanto, pode constituir um crime de agressão sexual e outro de coerção sobre Jenni Hermoso, e por isso pede ao Tribunal que abra um processo contra o dirigente.
A posição do Ministério Público contra Luís Rubiales surge depois de Jenni Hermoso ter formalizado uma denúncia na Procuradoria-Geral do Estado. A jogadora, ao contrario do que afirma o dirigente, garante que o beijo não foi consentido.
Antes do incidente do beijo, na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola.
Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da RFEF, durante 90 dias.
Aos acontecimentos em Sydney seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, que disse que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.
Onze membros da equipa técnica do selecionador feminino, Jorge Vilda, apresentaram a demissão.
Por seu lado, o técnico, que condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF, foi demitido do cargo na terça-feira pela federação espanhola, depois de críticas de diversos setores por ter aplaudido o discurso em que Rubiales disse que não se demitia e que estava a ser vítima de uma perseguição do "falso feminismo".
Agora, o tribunal que recebeu a denúncia do Ministério Público deve decidir se abre ou não um processo criminal contra Luís Rubiales.
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