
A Polícia Judiciária estará a fazer buscas na Federação Portuguesa de Futebol (FPF). A informação é lançada pelo canal 'SIC Notícias', que adianta que existem suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada.
A mesma fonte acrescenta que as buscas têm por objetivo recolher informações relacionadas com negócios imobiliários realizados durante o mandato de Fernando Gomes, que hoje toma posse como Presidente do Comité Olímpico de Portugal, e Tiago Craveiro à frente dos destinos da FPF.
De acordo com o despacho a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público deu autorização para a apreensão de computadores, telemóveis e outros suportes informáticos relevantes.
Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária, confirmou as buscas, afirmando que estas estão relacionadas com a "venda da antiga sede da FPF", venda esta que, na altura, ascendeu aos 4,2 milhões de euros.
"Envolve suspeita do crime de corrupção, recebimento indevido de vantagem, fraude fiscal. Cumprimos cerca de 20 buscas a pessoas singulares, coletivas, sociedades de advogados. E é isso que posso dizer", afirmou Luís Neves.
A Polícia Judiciária emitiu pouco depois um comunicado, onde apresenta todos os detalhes da operação realizada esta terça-feira.
Leia o comunicado na íntegra:
"A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, desencadeou uma operação policial para dar cumprimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.
No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por onze milhões duzentos e cinquenta mil euros.
Na investigação, que se encontra a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada.
As diligências foram executadas por 65 Inspetores e 15 Especialistas de Polícia Científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados.
A investigação prosseguirá com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias, visando o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão"
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