A manutenção da distribuição equitativa das verbas de solidariedade provenientes da UEFA aos clubes da II Liga foi hoje aprovada por unanimidade e aclamação em Assembleia Geral (AG) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“Foi absolutamente histórico aquilo que hoje se viveu. Os clubes decidiram, de forma unânime, dividir entre eles mais de 13 milhões de euros (ME). É um sinal inequívoco de que o futebol profissional está unido e há uma missão comum que os clubes querem seguir em conjunto”, enalteceu o presidente da LPFP, Pedro Proença, em conferência de imprensa.
O dirigente falava no final da reunião magna ordinária, na sede do organismo, no Porto, em que as 34 sociedades desportivas dos dois escalões profissionais ratificaram uma medida para “garantir entre si um apoio financeiro mais justo e equilibrado”.
“Verdadeiramente, é o dia mais reconfortante que passei como presidente da LPFP. Este movimento absolutamente solidário e histórico foi iniciado pelo Paços de Ferreira [da II Liga] e todos anuíram. O futebol profissional vive hoje dentro de um espírito de união e cooperação que jamais observei”, vincou.
Na terça-feira, em Praga, o Comité Executivo da UEFA tinha aprovado um aumento da distribuição dos fundos disponibilizados para os clubes ausentes das provas europeias entre 2024 e 2027, refletindo a intenção anteriormente manifestada pela direção da LPFP e passando a decisão sobre o tema para os emblemas da principal divisão de cada país.
“Pelo quadro normativo da UEFA, o montante que foi dividido poderia ter sido alocado apenas aos representantes da I Liga, mas houve um movimento absolutamente inorgânico assumido por todos eles com sentimento de responsabilidade em AG. Os maiores clubes em Portugal decidiram, de forma unânime, votar em espírito de solidariedade. Acho que esse é um sinal muitíssimo positivo do futebol português”, reiterou Pedro Proença.
Em função do aumento substancial de jogos e receitas gerados pelo novo formato das competições continentais, a European Leagues, associação também liderada pelo presidente da LPFP, negociou com a UEFA uma subida de quatro para sete por cento do mecanismo de redistribuição das verbas de solidariedade, traduzindo-se em 308 ME, quase 80% acima do ciclo anterior.
A AG da Liga de clubes ratificou ainda por unanimidade e aclamação o relatório de atividades e contas referente à época 2023/24, com resultados operacionais positivos de quase 2,6 ME, que garantiram o nono exercício consecutivo com lucro do organismo.
Com um recorde de 29,1 ME em receitas, face a gastos de 26,5 ME, a LPFP alcançou o segundo maior resultado de sempre, atrás do primeiro exercício sob gestão de Pedro Proença, em 2015/16, quando a execução rondou os 2,9 ME, invertendo três épocas seguidas de prejuízo.
Os números mereceram a aprovação por unanimidade de um voto de louvor do Marítimo, da II Liga, ao trabalho realizado pela direção do organismo, que, além do ex-árbitro e de José Couceiro, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), é composta pelos primodivisionários Sporting, Benfica, FC Porto, Casa Pia e Rio Ave e pelos secundários Desportivo de Chaves, Paços de Ferreira e Vizela.
Igualmente de forma unânime, a AG concordou com a alocação de 550 mil euros ao Fundo de Apoio à Produção Audiovisual e de quase 115.000 euros para o Fundo de Contingência, assim como a constituição de um fundo de estabilidade de 2,5 ME para a construção da nova sede da LPFP, cuja primeira pedra foi lançada em fevereiro de 2022, em Ramalde, freguesia do Porto.
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