As equipas do Campeonato de Portugal e da Liga feminina de futebol uniram-se para pedir ao Governo que mantenha as competições a funcionar, garantindo o seu cuidado e lembrando o impacto de uma paragem na estabilidade familiar.
“Ambicionamos continuar a jogar, bem como receber o que nos é devido sobretudo nestes tempos árduos. Queremos contribuir para a subsistência dos clubes e, mesmo prescindindo dos adeptos nas bancadas […], poder continuar a dar-lhes essas alegrias a partir de casa, onde nos podem acompanhar em segurança”, justificam, em mensagem conjunta assinada por todos os capitães de equipa.
Em carta dirigida à Ministra da Saúde, Marta Temido, e ao Secretário de Estado da Saúde, Diogo Serra Lopes, os representantes dos clubes não entendem a paragem dos campeonatos este fim de semana motivada pela pandemia da covid-19 e garantem que nestas provas estão a ser cumpridos todos os requisitos sanitários.
“Não compreendemos a decisão da paragem dos campeonatos este fim de semana! Se sentíssemos que não era possível, seríamos os primeiros a assumir. Não será essa a via de propagação da pandemia, pois as regras estão a ser cumpridas, seguimos sãos e com o afastamento recomendado”, asseguram.
Recordam, a propósito, que já vários jogos foram adiados para que não haja qualquer risco e deixam uma mensagem clara: “É possível jogar, jogamos. Não é possível, não o realizamos. Por nós e pelo próximo”.
No documento é recordado o “esforço tremendo” feito pela Federação Portuguesa de Futebol e o “investimento” feito pelos clubes na adequação às novas regras, pelo que nestas provas são mantidos “todos os cuidados sociais e de higiene, seja em treinos ou em jogos”.
Os clubes lembram que, em março, todos acataram as regras e, por isso, estiveram “seis meses em auferir qualquer remuneração”, facto que “marcou negativamente” a vida familiar de todos”, e que houve “paciência” para esperar pelo regresso “com todos os cuidados, preocupações e recomendações da Direção-Geral da Saúde”.
Os futebolistas sublinham que o Campeonato de Portugal é o maior do país e está representado em todo o território e, juntos com o futebol feminino, manifestam a “vontade de ajudar” e ser parte da solução, não do problema.
“Estamos conscientes da situação pandémica que atravessa o nosso país, porém sentimos a cada dia mais confiança no nosso trabalho e no de todos aqueles que estão a permitir de forma incansável que os campeonatos decorram em segurança”, reforçam.
Por fim, é referida a “saúde mental” de todos os cidadãos, “fundamental para o equilíbrio da sociedade”, pelo que entendem que “restringir o desporto não será solução”.
“Escrevemos-lhe com amor à camisola, para que considere as nossas palavras, pois o melhor para si será o melhor para nós”, concluem.
Portugal contabiliza pelo menos 2.544 mortos associados à covid-19 em 144.341 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os jogos das competições desportivas amadoras marcados para este fim de semana foram cancelados, devido às restrições impostas para evitar a propagação do novo coronavírus, mantendo-se a calendarização das I e II Ligas de futebol.
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