Jéssica Silva, futebolista portuguesa afastada do campeonato europeu na Holanda devido a lesão, vê na prestação de Portugal a prova de que a estreia lusa no Euro não foi “por acaso ou por sorte”.
No início de julho, a defesa foi uma das convocadas pelo selecionador Francisco Neto para o torneio europeu, na Holanda. Contudo, uma lesão no joelho esquerdo impediu-a de jogar por Portugal na estreia inédita da equipa das ‘quinas’ na competição.
“Precisamente no último treino magoei-me, um dia antes da partida para a Holanda, num momento em que sabia que estava a atravessar um bom momento e a conseguir assimilar todos os processos (...). Custou-me bastante, porque me sentia muito preparada, sentia-me muito bem fisicamente e este [Euro] vai ser sempre especial”, relembra Jéssica.
A atleta, de 22 anos, tem acompanhado os jogos da seleção e sublinha que a prestação das colegas está “a fazer jus” à qualificação de Portugal e a mostrar que a presença no Euro não foi “por acaso ou por sorte”.
“Estamos a mostrar aos portugueses e a quem nos acompanha que temos qualidade, que temos valor, e eu não podia estar mais orgulhosa delas”, expressa a jovem.
Relativamente ao jogo de Portugal frente à Inglaterra, a disputar na quinta-feira, Jéssica assume que será uma partida muito difícil, pois as inglesas têm uma seleção “muito forte, quer defensivamente, quer ofensivamente”. No entanto, revela que a equipa das ‘quinas’, apesar de ser a seleção menos cotada na competição – 38.º lugar do ‘ranking’ da FIFA –, irá “tentar contrariar ao máximo as dificuldades”.
Jéssica, premiada como a melhor jogadora do campeonato nacional em 2016 ao serviço do Clube de Albergaria, confia que esta não será a única participação da seleção feminina de futebol portuguesa em fases finais de um europeu, mas sente “um misto de emoções” por “não estar em campo”.
A internacional portuguesa, que também já alinhou pelas suecas do Linkoping FC e em Portugal pelo Sporting de Braga, revela que a lesão contraída “não é uma lesão grave” e que “não comprometerá” a sua próxima época ao serviço do Levante, clube espanhol no qual a jogadora espera “conseguir, ‘step by step’, chegar o mais longe possível”.
“É um desafio, porque a liga espanhola é muito mais competitiva do que a liga portuguesa e o que eu quero mesmo é desenvolver as minhas capacidades, aprender, estar com parte das melhores jogadoras da Europa”, adiantou a internacional portuguesa.
A jogadora, filha do antigo jogador do Belenenses Valter Silva, diz que foi por dádiva do seu pai que nasceu a “gostar de jogar à bola” e que a sua profissão passa “primordialmente por ser jogadora de futebol”, pois tem a ambição de assinalar um capítulo na modalidade.
“Sou uma pessoa superambiciosa e quero realmente marcar a diferença no futebol feminino. Quero marcar uma página no futebol português e também internacional. (...) E a minha ambição passa, sem dúvida, por marcar a diferença. Quero que as pessoas, um dia mais tarde, se lembrem da Jéssica Silva”, conclui a futebolista.
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