O Benfica venceu esta noite a Juventus no Estádio da Luz, por 2-1, no jogo da primeira mão da meia-final da Liga Europa, e terá agora de resistir ao ambiente adverso de Turim na próxima semana.
Com Artur, Sulejmani e Cardozo no onze inicial, Jorge Jesus viu a sua equipa entrar praticamente a ganhar. Num pontapé de canto marcado por Sulejmani, o central Garay subiu mais alto e cabeceou para o golo do Benfica, quando estavam cumpridos apenas dois minutos. Foi o segundo golo do argentino na prova e o oitavo da época. Uma entrada melhor era impossível para os encarnados.
Graças a uma pressão alta e uma boa intensidade, o Benfica conseguia impor o seu jogo e remeter a Juventus a uma posição secundária no encontro. Nos primeiros minutos o clube da Luz mostrou bom futebol, ao qual só faltava maior contundência no ataque, como foi exemplo o falhanço de Sulejmani aos 11' no qual o extremo sérvio atirou ao lado depois de ser isolado por Markovic.
No entanto, a 'Vecchia Signora' não se deixou impressionar e a partir dos 20 minutos equilibrou claramente o jogo. Mesmo sem incomodar muito Artur, os italianos subiram no terreno e roubaram o espaço aos encarnados. Enzo Pérez trabalhava muito no meio-campo, mas André Gomes tinha dificuldades para parar Pogba e este ajudava a levar a 'Juve' para a frente, onde Tevez era a grande ameaça e causava constantes dores de cabeça a Garay e Luisão.
A Juventus cresceu no encontro e Antonio Conte via agora os seus jogadores dominarem o Benfica, que ainda assim tinha maior posse de bola, ainda que sem expressão ofensiva. Porém, o Benfica reergueu-se perto do intervalo e segurou a vantagem até ao apito de Cuneyt Çakir.
Na segunda parte, o bicampeão transalpino surgiu bastante mais agressivo e intenso. Rodrigo e Cardozo praticamente deixaram de ter bola e Markovic já não conseguia fugir nos flancos. Aos 56' aconteceu um dos momentos do jogo na Luz, quando Enzo Pérez foi derrubado por Cáceres na área italiana. Contudo, o árbitro turco nada assinalou perante os muitos protestos dos novos campeões nacionais.
Jorge Jesus não perdeu tempo a mexer e lançou praticamente de seguida André Almeida e Lima para os lugares de Sulejmani e Cardozo. O primeiro veio dar a necessária ajuda defensiva que Luisão pedia em campo e o segundo trouxe maior mobilidade ao ataque.
Só que a Juventus parecia cada vez mais perto do golo, fruto da 'batuta' de Pirlo e da força de Pogba, e este surgiu com naturalidade por Tevez, numa grande jogada individual em que enganou a defesa encarnada e finalizou com classe perante Artur, com 73 minutos já cumpridos. Era a expressão natural da superioridade transalpina nesta fase, na qual a defesa encarnada começava a abrir brechas perante a forte pressão a que estava a ser sujeita.
O golo abalou animicamente o Benfica, que mostrava igualmente algumas dificuldades físicas face à elevada intensidade da Juventus.
A resposta veio das bancadas, com os cerca de 55 mil adeptos a darem alento aos jogadores, e do goleador Lima. Foi, pois, contra a corrente que apareceu aos 84' o 2-1 para o Benfica, num pontapé fantástico de Lima à entrada da área, sem hipóteses para Buffon. O brasileiro saltou do banco para dar a vitória, tendo um papel decisivo como tinha sido contra o Olhanense.
Nos derradeiros minutos Artur ainda evitou o empate para a Juventus, com uma boa defesa a remate de Marchisio, e deixou assim o Benfica em vantagem para a segunda mão a disputar em Turim. Um triunfo importante onde sobressaíram Siqueira, Garay e Enzo Pérez, num patamar acima dos restantes colegas.
Repetiu-se assim o resultado do desafio da primeira mão dos quartos de final da Taça UEFA de 1993. Espera-se agora que os encarnados consigam não repetir a história da segunda mão dessa eliminatória, na qual iriam perder por 3-0. Em Turim será preciso arte e capacidade de sofrimento frente ao bicampeão italiano.
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