Ainda nem chegamos a dezembro e o FC Porto já leva cinco derrotas nos 19 jogos disputados. Vítor Bruno está sob forte contestação, depois de ver a sua equipa encaixar uma sequência de três derrotas, a última das quais diante do Moreirense no domingo, que ditou o afastamento da Taça de Portugal.

Os azuis e brancos estão a viver uma época de altos e baixos, com 13 vitórias, um empate e cinco derrotas nos 19 encontros oficiais já disputados. Se a nível ofensivo os números até se aceitam (46 golos, a uma média de 2,42 golos por jogo), nos golos sofridos a história é outra. 21 golos em 19 jogos é algo incomum no FC Porto.

Estes números acabam por ser inflacionados devido a prestação da equipa fora de casa. A jogar no Dragão, só o Manchester United não perdeu (3-3), num jogo onde chegou ao empate nos descontos, quando jogava com menos um e onde o FC Porto tinha sido superior. De resto, a equipa de Vítor Bruno venceu os restantes oito jogos, com 24 golos marcados e apenas cinco sofridos, três deles diante dos ingleses. Farense e SC Braga foram as outras formações que lograram marcar no terreno dos azuis e brancos.

Fora de portas, a época do FC Porto tem deixado muito a desejar. São cinco derrotas e quatro vitórias em nove partidas, apenas 18 golos marcados e 13 sofridos. As derrotas deixaram Vítor Bruno fragilizado no comando técnico dos azuis e brancos.

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O primeiro desaire da época foi no terreno do Sporting, na 4.ª jornada da I Liga. Depois de ter conquistado a Supertaça diante dos campeões nacionais no prolongamento por 4-3, num jogo onde perdia por 3-0 aos 20 minutos, os dragões foram incapazes de ferir os leões na sua casa. A superioridade o Sporting não sofreu contestação, perante um FC Porto incapaz de incomodar o rival na luta pelo título, mesmo quando se apanhou a perder. O Sporting esteve mais perto do 3-0 do que o FC Porto do 1-2.

A dor dos adeptos portistas aumentou quando chegou o segundo desaire da época, diante do desconhecido Bodo/Glimt por 3-2, da 1.ª ronda da Liga Europa. Na Noruega, foram tantas as facilidades consentidas ao adversário que o Bodo logrou marcar ao FC Porto, mesmo quando jogava com menos um, num jogo em que até foram os dragões os primeiros a marcar.

A derrota 1-2 frente a Lázio, na mesma prova, deixou mossa, pela forma como foi consentida (golo da derrota aos 90+2), mas tudo piorou, três dias depois na Luz. Perante o maior rival do FC Porto, a equipa azul e branca foi incapaz de discutir o jogo com o Benfica e foi goleado por 4-1, algo que não se via há mais de 60 anos.

No final do jogo, muitos adeptos do FC Porto pediram a saída do técnico Vítor Bruno, incapaz de traçar um plano de jogo que colocasse a equipa a disputar o jogo com o rival. O desaire de domingo frente aos cónegos só veio agudizar a crise e deixar o treinador e a direção portista numa situação muito difícil.

Pior do que os golos sofridos, é a forma como a equipa mostra-se incapaz para defender a sua área. Os adversários entram com muita facilidade no último reduto portista, os defesas são facilmente batidos em lances de um para um. A equipa tem-se mostrado particularmente permeável nas bolas aéreas, principalmente nas bolas paradas (cantos e livres). Frente a Lázio, por exemplo, sofreu dois golos na pequena área, na sequência de cruzamentos.

Ontem frente ao Moreirense, mais um golo de cabeça, tal como aconteceu frente ao Manchester United. Os três golos sofridos diante do Bodo/Glimt resultam de transições rápidas que apanharam a equipa mal posicionada no terreno. Os quatro golos frente ao Benfica foram todos dentro da área, incluindo o autogolo de Nehuen Perez o penálti de Di Maria.

Situação pior que nas duas épocas anteriores

Na época passada, nos primeiros nove jogos fora de portas, o FC Porto somava oito vitórias e apenas uma derrota, no terreno do Benfica para a I Liga (2-0). A equipa, comandada por Sérgio Conceição, levava 18 golos marcados e seis sofridos. Entre os triunfos, destacava-se os 3-1 ao Shakhtar e os 4-1 ao Royal Antuérpia para a Champions.

Nos primeiros 19 encontros de 2023/24, os dragões contavam com 13 vitórias, cinco derrotas (duas com o Benfica, duas com o Barcelona e uma contra o Estoril) e um empate (Boavista).

E em 2022/23, os números eram bem melhores que os de 2024/25: seis vitórias, duas derrotas e um empate. A equipa tinha perdido com Rio Ave para a I Liga, Atlético Madrid para a Champions, e empate com o Estoril, para I Liga, mas tinha ganho a emblemas como o Bayer Leverkusen e o Brugge, para a Champions. Os comandados de Sérgio Conceição contavam com 21 golos marcados e seis golos sofridos.

Em jeito de comparação, nos primeiros 19 encontros dessa época de 2022/23, a equipa azul e branca somava 13 vitórias, quatro derrotas (Rio Ave, Atlético Madrid, Club Brugge, Benfica) e dois empates (Santa Clara e Estoril).