A UEFA anunciou esta quinta-feira que o vice-presidente Angel Maria Villar, preso em Espanha por suspeitas de corrupção, se demitiu do cargo de vice-presidente e da Comissão Executiva da organização.
Segundo a agência EFE, Angel Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol e que se encontra em prisão preventiva, demitiu-se através de uma carta dirigida ao presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
“Ele apresentou a demissão como vice-presidente da UEFA e de membro da Comissão Executiva, com efeito imediato”, pelo que “já não exerce funções oficiais”, disseram à EFE fontes oficiais da organização.
“O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, aceitou a carta de demissão de Villar e agradeceu-lhe pelos muitos anos de serviço prestado ao futebol europeu. Tendo em conta os procedimentos judiciais em curso, em Espanha, não temos mais comentários sobre o assunto”, acrescenta a organização.
Entretanto, a FIFA também anunciou que Villar apresentou a sua demissão dos cargos de vice-presidente que ocupava na FIFA.
“Ángel Villar apresentou a sua demissão do lugar de vice-presidente da FIFA”, indicou um porta-voz da FIFA, citado pela agência AFP.
Ángel María Villar foi detido na manhã de 18 de julho pela polícia espanhola, juntamente com o seu filho Gorka Villar, o vice-presidente Juan Padrón e o secretário da federação, Ramón Hernández Bassou, numa operação policial denominada 'Soule' - uma referência a um jogo de origem francesa cujas origens remontam à Idade Média.
As forças especiais da Guardia Civil (UCO) responsáveis pela investigação e combate às formas mais graves de delinquência e do crime organizado desconfiam que Ángel María Villar e o seu filho, Gorka Villar, realizaram operações em proveito próprio e em prejuízo dos cofres da FEF.
Villar, de 67 anos, que lidera o futebol espanhol há mais de três décadas, e os restantes responsáveis da RFEF são suspeitos de administração desleal, apropriação indevida, corrupção entre particulares, falsificação de documentos e ocultação de bens, crimes relativos à organização de partidas internacionais.
Em causa estão alegados benefícios concedidos a empresas do filho de Ángel Villar, relacionados com jogos internacionais disputados pela seleção espanhola de futebol com outras equipas congéneres.
Fora da alçada da FIFA, o órgão de cúpula do futebol mundial, os jogos particulares são mais permeáveis a esquemas de corrupção.
Gorka Villar, advogado de profissão, trabalhou recentemente na Confederação de Futebol da América do Sul (CONMEBOL) como diretor jurídico e posteriormente como adjunto de três presidentes que viriam a estar implicados na investigação levada a cabo pela justiça norte-americana que culminou na queda de Josep Blatter e de responsáveis da FIFA no mundo inteiro.
Ángel María Villar foi reeleito no cargo de presidente da RFEF em maio passado para mais um período de quatro anos, estando já há 29 anos no lugar. Neste momento está suspenso preventivamente e foi susbtituído no cargo por Juan Luis Larrea, tesoureiros da instituição nos últimos 28 anos.
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