Sérgio Conceição deu uma entrevista à Radio Sei, de Itália, e falou dos anos que passou na Lázio, abordou a transferência do filho Francisco para a Juventus e recordou Eriksson, seu treinador no emblema 'laziali' e que faleceu recentemente.
O treinador que deixou o FC Porto no último verão falou com muito carinho da Lázio, onde esteve três épocas.
"Fico arrepiado quando ouço falar dos meus golos na Lazio. Nunca me esqueci do clube. Diverti-me imenso, venho muitas vezes a Roma e os adeptos da Lazio ficaram-me no coração. Os adeptos do FC Porto e da Lazio estão no meu coração, verdadeiramente. Sou um profissional, fiz sete anos no FC Porto como treinador... Nestas duas massas de adeptos, que me tocam o coração, porque me trataram muito bem, as pessoas querem-me bem. No ano anterior, quando jogámos na Liga dos Campeões, disse e continuo a dizer 'Forza Lazio'. É uma coisa que continua comigo e continuará comigo para sempre, porque sou um verdadeiro apaixonado pela Lazio, por toa essa gente que me acolheu muito bem", comentou.
Questionado sobre o seu futuro, o técnico recordou que está no mercado, mas que há algumas equipas que não treinaria.
"Sou um profissional e devo olhar em frente, para todas as equipas. Há uma ou outra que não treinaria, mas isso é uma coisa normal para mim, faz parte da minha personalidade. Fico com o coração pleno quando vou a Roma, quando as pessoas da Lazio me vêem como um deles", completou.
Instado a falar sobre Sven-Goran Eriksson, que foi seu treinador na Lázio e que morreu recentemente, Conceição disse que o técnico "era uma pessoa maravilhosa", "um grande cavalheiro" que lidou "de forma fantástica" com todas as personalidades que havia no balneário da equipa na altura.
"Nunca se zangava, talvez de vez em quando ficasse vermelho de nervosismo, mas nunca o deixava transparecer. Era calmo, tranquilo, apesar da presença de jogadores difíceis em termos de carácter. Com a sua forma de lidar com os jogadores, criou um grupo coeso e com uma grande vontade de vencer. Todos os campeões com a sua própria personalidade e vontade de ganhar e todos com ele. Eu queria jogar todos os jogos, irritava-me quando ele decidia mandar-me para o banco. Isso obrigava-nos a lutar, se queríamos voltar a ser titulares tínhamos de o fazer. Era um ambiente muito competitivo e bonito. Na Lázio de Eriksson não havia nenhum elemento que se destacasse dos outros. Mancini era um fenómeno, Boksic fazia a diferença mesmo jogando menos. Almeyda foi incrível, Sinisa foi absurdo, Nesta fantástico, Nedved um campeão e por aí fora. A única pena é não ter ganho a Liga dos Campeões, de resto ganhámos tudo", recordou.
A terminar, o treinador falou dos filhos, todos eles futebolistas, e explicou porque Francisco Conceição é diferente dele quando era jogador.
"A nossa família é uma família de futebolistas. Um joga no Chipre, outro em Zurique, depois há o Moisés que está na segunda divisão em Portugal [...] O Francisco é diferente de mim. É forte, muda de direção com facilidade, é forte no 1x1. Tem muita vontade, quer sempre vencer, tem fome. Cinco filhos e todos no futebol", finalizou o técnico.
O pequeno José, de 9 anos, parece também seguir as pisadas do pai e dos quatro irmãos.
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