A UEFA é a única federação europeia com plano para minimizar o aumento de poluição das competições em vários países não unidos por fronteiras terrestres, com o Euro2020.
Questionada pela Lusa, no âmbito das comemorações do dia mundial do meio ambiente, fonte oficial do organismo que rege o futebol europeu confirmou o compromisso de compensar a poluição gerada pelas emissões das viagens aéreas durante o Euro2020, que iria decorrer entre 12 de junho e 12 de julho e foi adiado para 2021 devido à pandemia de covid-19.
A competição continental de seleções, à qual Portugal chega como detentor do título, vai ser disputada em 12 cidades de 12 países diferentes, provocando 425.000 toneladas de carbono, com as viagens das equipas, adeptos e funcionários, segundo um estudo do organismo.
O compromisso da UEFA passa pela plantação de 600.000 árvores nos 12 países anfitriões e pela compra de créditos de carbono à empresa australiana South Pole, que os vai converter em fogões mais eficientes nas zonas rurais do Ruanda.
O projeto no país africano visa alcançar uma redução significativa do consumo de combustível, que geralmente resulta da queima de madeira ou de carvão vegetal, as principais fontes de energia da população do Ruanda, diminuindo assim a emissão de metano e dióxido de carbono, gases que contribuem fortemente para o efeito de estufa.
No entanto, esta iniciativa da UEFA é uma exceção entre as federações europeias das várias modalidades, que, nos casos do basquetebol (FIBA Europe), do andebol (EHF) e voleibol (FIVB), questionadas pela Lusa, reconheceram a recomendação pelas boas práticas ambientais, mas não exigindo compensações ou estudos de impacte ambiental às cidades anfitriãs das competições.
Também a Agência Europeia do Ambiente não define diretrizes para concretizar o compromisso da neutralidade das emissões de carbono até 2050.
O Euro2020 é o expoente máximo da dispersão territorial de uma competição de futebol, depois da organização por dois países unidos territorialmente em 2000, por Países Baixos e Bélgica, em 2008, por Áustria e Suíça, e em 2012, por Polónia e Ucrânia.
A primeira prova organizada conjuntamente por países sem fronteira terrestre remonta a 2005, quando o Europeu de voleibol foi disputado em Itália e nos agora estados independentes de Sérvia e Montenegro.
Em 2015, o campeonato da Europa de basquetebol foi disputado em França, Alemanha, Croácia e Letónia e, já este ano, o Europeu de andebol teve como anfitriões Áustria, Noruega e Suécia.
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