O treinador português André Villas-Boas revelou hoje a intenção de orientar uma seleção nacional, mas afirmou que o seu próximo desafio profissional deve passar pelo estrangeiro, dizendo estar a "escolher bem o projeto".
"Devo continuar a minha carreira no estrangeiro. Sou de ideias muito precisas e, tal como disse, não devo ultrapassar os 15 anos como treinador, pelo que me restam apenas quatro. Tenho de escolher bem o projeto, e gostaria que passasse também por uma seleção. Vamos ver o que se passa no Campeonato da Europa e como é que o mercado se agita", disse o técnico.
André Villas-Boas reconheceu que o mercado para treinadores está atualmente "muito fechado" e mostrou preocupação pelo facto de muitos técnicos portugueses estarem atualmente sem projetos desportivos.
"É altura de se fazer uma reflexão e de a Associação Nacional e Treinadores nos juntar para debatermos esta incógnita. Temos uma marca interessante no futebol europeu e este paradigma pelo qual estamos a passar não é bom", analisou André Villas-Boas.
O técnico, que está atualmente sem clube desde que deixou o comando dos franceses do Marselha, considerou que o momento é "de alerta", notando que "há alguns anos os treinadores portugueses eram a referência na Europa, mas agora o paradigma está a mudar".
"O mercado do treinador de futebol está inundado, apostam cada vez mais em jovens e ex-jogadores, por causa do sucesso do Guardiola e Zidane. É algo para discutir e perceber o que se passa. Temos uma marca boa que é importante defender. Espero que seja apenas um hiato e que o treinador português volte a deixar a sua marca na Europa", analisou André Villas-Boas.
Além das suas ambições como treinador, André Villas-Boas nunca escondeu o desejo de, no futuro, assumir a presidência do FC Porto, mas considerou que ainda não é o momento de abordar esse tema, apesar do atual mandato de Pinto da Costa terminar em 2024.
"O meu clube está muito bem entregue e bem gerido. Temos um presidente que nos levou ao sucesso nacional e internacional como nenhum outro e continuo a defendê-lo sempre. Tudo o que fizer em relação à presidência do FC Porto teria de ser algo arrebatador, no sentido de ser uma escolha unânime dos portistas. Se não for assim, não vale a pena", rematou André Villas-Boas.
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