Morreram 71 pessoas na queda do avião da empresa boliviana Lamia, que transportava jugadores e técnicos da equipa brasileira de futebol Chapecoense e jornalistas, além dos tripulantes.
A acusação de Celia Castedo foi formalizada pelo procurador Gomer Padilla, que disse que a funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia tem agora de se apresentar às autoridades para prestar declarações, no âmbito das investigações ao acidente.
Celia Castedo saiu da Bolívia na segunda-feira e está no Brasil e, segundo o procurador, se não se apresentar às autoridades será emitido um pedido de extradição.
Foi esta técnica de aeronáutica que questionou o plano de voo do avião da Lamia, por causa do tempo previsto para a viagem entre a cidade de Santa Cruz, na Bolívia, e Medellin, na Colômbia, ser igual ao tempo de autonomia que teria o avião com o combustível que levava.
Numa carta divulgada por meios de comunicação social na quinta-feira, Castedo assegurou que depois do acidente foi alvo de pressões dos seus superiores para mudar o conteúdo do relatório que fez com as observações ao plano de voo.
No relatório, a técnica fez cinco observações e reportou-as por três vezes à companhia aérea, a primeira das quais duas horas antes da descolagem e a última vinte minutos antes.
Na carta, Castedo reitera que chamou a atenção para a autonomia do avião, que caiu pouco antes de chegar a Medellin, supostamente, segundo as primeiras investigações, por falta de combustível.
A técnica também afirma que avisou a companhia aérea dos problemas do plano de voo porque era a empresa que tinha a responsabilidade de os corrigir, mas não esclarece se também informou os seus superiores.
As autoridades da Bolívia disseram que Castedo apresentou o relatório depois do acidente, quando a sua obrigação era informar sobre as suas objeções e recusar o plano de voo.
A Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia suspendeu a funcionária a 30 de novembro e denunciou-a ao Ministério Público, alegando que não informou os seus superiores sobre as observações que fez à Lamia sobre o voo.
Na missiva divulgada esta semana, a funcionária da AASANA sustenta que a autorização para a realização do voo não lhe competia, nem ao organismo a que pertence, mas sim à Direção Geral de Aeronáutica Civil.
“A minha assinatura e carimbo no plano de voo não representam uma aceitação do documento nem uma autorização a uma aeronave para a realização de um voo”, escreveu.
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