Um início de época irregular e a saída do treinador italiano Carlo Ancelotti não impediram o Bayern Munique de ter novo passeio na ‘Bundesliga’, com a conquista de inédito sexto título consecutivo de campeão alemão de futebol.
Na Alemanha, não existe rival à altura do Bayern, a equipa com os melhores jogadores e que fecha as contas do campeonato muito antes do tempo previsto, uma vez mais a larga distância da concorrência.
O 28.º título demonstra a hegemonia dos bávaros, numa competição em que o segundo clube com mais títulos é o Nuremberga, atualmente na II Liga, com nove, e o terceiro é o Borussia Dortmund, com oito, dois no início da década (2010/11 e 2011/12).
O Bayern, que já era o primeiro a ter quatro títulos consecutivos, chega esta época ao ‘hexa’ (seis campeonatos seguidos), numa prova em que o máximo alcançado por outros é o ‘tri’ do Borussia Mönchengladbach (1974/75, 76/76 e 76/77).
Curiosamente, essa proeza da década de 70 seguiu-se ao primeiro ‘tri’ da história, do Bayern (1971/72, 72/73 e 73/74), e com a formação de Mönchengladbach a contar no seu plantel com o atual treinador bávaro, Jupp Heynckes.
O ex-técnico do Benfica, que regressou em outubro ao clube para substituir o despedido Carlo Ancelotti, chegou a Munique para, como o próprio disse, “fazer um serviço de amigo” e já disse não estar disponível para continuar.
A época começou com o italiano Ancelotti, que cumpria o segundo ano, mas as más exibições, em especial a derrota em 27 de setembro por 3-0 na Liga dos Campeões, em casa do ‘milionário’ e reforçado Paris Saint-Germain, precipitaram a rescisão.
O italiano, que perdera também a Supertaça alemã para o Borussia Dortmund, somava, à sexta jornada, um empate (em casa com o Wolfsburgo) e uma derrota (fora com o Hoffenheim), e seguia no terceiro lugar, a três pontos do Dortmund.
"O desempenho da nossa equipa desde o início da temporada não correspondeu às expectativas que nós colocámos. O jogo em Paris mostrou claramente que devem existir consequências", referiu então Karl-Heinz Rummenigge, diretor-executivo do clube.
O plano da estrutura diretiva foi chamar Heynckes, treinador que, aos 72 anos, interrompeu a ‘reforma’ para orientar os bávaros pela quarta vez na sua carreira, na qual atingiu o apogeu em 2012/13, com o título europeu.
O técnico chegou ao clube em 06 de outubro e, à oitava jornada, a sua primeira, já estava em segundo, a dois pontos da frente, enquanto à 10.ª – com vitória em casa diante do Leipzig (2-0) – assumiu o comando e não mais o largou.
Heynckes, com o seu ‘toque de Midas’, conseguiu ir aumentando as diferenças para uma concorrência que alternou entre Borussia Dortmund, Leipzig, Schalke 04 ou Bayer Leverkusen, 'cavalgando' o fosso pontual para os adversários.
Com uma equipa ainda órfã do lesionado Manuel Neuer, um dos melhores guarda-redes do mundo, a aposta tem recaído em Sven Ulreich, num grupo que continua a ter em Hummels, Rafinha, Alaba, Arturo Vidal, Lewandowski ou Müller as suas referências.
Javi Martínez, que - sob o comando de Heynckes - voltou a assumir papel no meio-campo, Boateng, Ribéry, o veterano e ‘genial’ Robben, bem como o reforço James Rodríguez, emprestado pelo Real Madrid, são, igualmente, nomes incontornáveis no campeão germânico.
A cada época, a equipa procura manter o equilíbrio no grupo, com entradas pontuais em setores que queira reforçar, como foram os casos de James, de Tolisso (contratado ao Lyon) ou de Rudy e Sandro Wagner (ambos ex-Hoffenheim).
O português Renato Sanches tinha sido um dos reforços de peso da anterior época, contratado ao Benfica, mas nunca teve espaço no plantel e acabou emprestado ao Swansea.
Com o título assegurado, Heynckes mantém a equipa na Taça da Alemanha - jogará as meias-finais da competição com o Bayer Leverkusen - e na Liga dos Campeões, quem sabe à espera de repetir o cetro europeu de 2013.
Na 'Champions', a equipa eliminou os turcos do Besiktas nos oitavos de final e nos quartos venceu na terça-feira fora o Sevilha, por 2-1, colocando-se em boa posição para estar nas 'meias'.
Em 29 jogos, sob o comando de Heynckes, os bávaros consentiram apenas duas derrotas, em Leipzig e Mönchengladbach, e um empate, na receção ao Hertha de Berlim, na ‘Bundesliga’, bem como um empate com o Leipzig, na Taça, ainda na segunda eliminatória, em que se apurariam nas grandes penalidades.
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