Futebolistas e dirigentes de Ribeira da Barca no concelho de Santa Catarina (Santiago) manifestaram-se descontentes com a construção do mini-estádio de Chã-de-Tanque, inaugurado quinta-feira, 13, alegando que a localidade não tem equipas federadas.
Em declarações à Inforpress, os desportistas disseram que não entendem o porquê deste investimento de 40 mil contos numa localidade onde não existem equipas federadas, lembrando, em contrapartida, que tinham pedido à Câmara Municipal de Santa Catarina, há vários anos, apenas duas balizas e o nivelamento do campo de terra batida e não o fizeram.
Fidely Paiva, jogador da seleção de Ribeira da Barca, diz-se insatisfeito com a situação, argumentando que um investimento destes em Chã-de-Tanque e não em Ribeira da Barca "não faz sentido", porque a localidade não tem equipas federadas.
"Ao menos que criassem também condições no nosso campo, mesmo sem relva, para que possamos fazer a prática do futebol", apelou.
Cláudio Lubrano, outro atleta da seleção local, partilhou da mesma opinião de Paiva, afirmando que a localidade de Ribeira da Barca - recentemente elevada à categoria de vila-, é que precisava de um investimento do tipo, tendo em conta que já dispõem de equipa federada.
Por seu turno, o atleta Ivaldino Ramos, para além de concordar com os colegas, acredita que esse investimento se deve ao facto de o edil de Santa Catarina ser originário da localidade de Chã-de-Tanque. Considera no entanto, que a sua localidade precisa de um investimento mesmo que não seja do tipo, mas que pelo menos deixe o campo em condições para que possam realizar os treinos e outras atividades.
Carlos Alberto Cabral, presidente da Escola de Iniciação de Futebol de Ribeira da Barca, também lamentou o facto, dizendo que a escola tem vindo a reivindicar "apenas duas balizas" e não atenderam ao pedido, razão pela qual não compreende o porquê de um investimento no valor de 40 mil contos num mini-estádio em Chã-de-Tanque.
"Nós não estamos a pedir campo relvado, apesar de termos condições para que se realizem campeonatos, mas queremos apenas que se crie condições, melhorando por exemplo o piso", remata.
Segundo disse, Ribeira da Barca precisa apenas de mil contos para fazer as intervenções de melhoramento do campo de futebol existente e não o faz.
Confrontado com essas críticas, o vereador da Cultura e Juventude na Câmara Municipal de Santa Catarina, João Pereira, disse que a edilidade não tem feito muito mais devido à conjuntura por que passa, sem orçamento aprovado.
De acordo com o vereador, a construção deste mini-estádio em Chã de Tanque é um projeto que transitou do mandato anterior, no qual vão fazer "apenas um pequeno investimento". "Os jovens têm que perceber que a câmara tem boas intenções, mas que as condições não permitem", frisou.
Entretanto, prometeu resolver a questão das balizas e do nivelamento do campo de Ribeira da Barca, sem avançar uma data concreta, porque vai ter que reunir-se ainda com a equipa camarária.
João Pereira explicou, por outro lado, que o facto de o campo de Ribeira da Barca se situar numa ribeira, danificando-se sempre com o cair das chuvas, exige estudos mais apurados para uma intervenção de fundo.
Na quinta-feira, 13, foi inaugurada a primeira fase do mini-estádio de Chã de Tanque, cujo projecto toral está avaliado em 40 mil contos. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Francisco Tavares, explicou que nesta primeira fase do projeto investiram ainda apenas cerca de três mil contos, tendo ainda informado que, na segunda fase, "que arranca num prazo máximo de seis meses", vai ser colocada a relva, e na terceira vão ser instaladas bancadas dimensionadas para três mil pessoas.
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