Centenas de pessoas concentraram-se hoje na Marina de Vilamoura, no Algarve, para assistir ao jogo de Portugal frente à Áustria, do Europeu de futebol, partida que "colou" ao ecrã muitos portugueses, mas também estrangeiros de férias na região.
Habitual ponto de encontro de amantes de futebol e um dos mais emblemáticos cafés dedicados ao desporto no Algarve, o Figo Sete Café foi um dos mais procurados pelos adeptos, que encheram a esplanada e sentaram-se no asfalto para assistirem ao jogo através do ecrã gigante montado frente ao estabelecimento.
Entre a assistência encontrava-se um casal com quatro filhos, residentes no estado da Florida, nos Estados Unidos, que confessaram à Lusa adorar futebol, razão pela qual têm acompanhado com especial atenção os jogos do Euro2016 de futebol, mesmo estando de férias no Algarve.
Olhando para o ecrã, a mãe, Laura, vaticinava, já durante a segunda parte, que o jogo era "uma causa perdida" para Portugal, porque, apesar de a equipa das ‘quinas’ ter muitos “bons jogadores”, não cooperam bem entre si.
“Ronaldo é brilhante, mas não joga em equipa, como o Messi, por exemplo", referiu a cidadã britânica, casada com um espanhol, considerando que o individualismo dos jogadores portugueses está a interferir com a dinâmica da equipa.
Ao mesmo tempo que os adeptos portugueses sofriam com a falta de golos, dezenas de famílias passeavam pela marina, algumas alheias ao jogo, que se realizou no Parque dos Príncipes, em Paris, embora outras aproveitassem para espreitar o resultado.
A pressão aumentava e a assistência começava a ficar impaciente quando, aos 79 minutos, todos se agitaram para a marcação de uma grande penalidade a favor de Portugal.
Batem-se palmas, sopra-se em apitos, grita-se “força”, colocam-se máscaras de Ronaldo e mais pessoas se juntam frente ao ecrã. Mas, Ronaldo acerta no poste direito e falha. “Impossível!”, ouve-se.
“A Áustria ainda vai marcar, a cinco minutos do fim", lança outro cidadão britânico, criticando a equipa das ‘quinas’ por falta de fluidez e por não jogar uns com os outros, em equipa.
Para Paul, residente em Luton, Inglaterra, e turista habitual em Vilamoura, onde costuma praticar golfe, a Inglaterra "é a mesma coisa", ou seja, os jogadores "são bons individualmente, mas não jogam em equipa.
"Olhamos para Portugal e só vemos Cristiano Ronaldo, não vemos a verdadeira equipa", refere, apostando na Croácia ou na Alemanha como potenciais candidatos ao título de melhor da Europa.
Assim que se ouve o apito final e é confirmado o empate a zero, os adeptos começam a sair rapidamente do local e a desolação é visível nos rostos dos adeptos portugueses.
“É uma grande frustração, jogámos melhor e merecíamos ter ganho, com tantas oportunidades parece impossível não termos conseguido marcar golo”, desabafa Luís, um jovem adepto que tinha a cobrir-lhe as costas a bandeira portuguesa.
Outra adepta dizia que mesmo já estando habituados a sofrer, os portugueses "desta vez, mereciam mesmo" ter ganho.
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