A seleção portuguesa feminina de futebol enfrenta Haiti e Costa Rica, em jogos particulares, para poder “simular” o confronto do ‘play-off’ intercontinental de acesso ao Mundial2023 com Camarões ou Tailândia, explicou o selecionador Francisco Neto.
“Vimos de uma sequência de jogos competitivos e já há muito tempo que não temos o espaço de preparação para ver outras coisas e preparar novas estratégias. É lógico que é impossível recriar exatamente os possíveis adversários que teremos, mas procurámos escolher adversários que nos criassem alguns momentos de jogo onde podem simular um bocadinho o que poderá ser os Camarões ou a Tailândia”, afirmou o selecionador.
Assumindo que, apesar de serem jogos particulares, as jogadoras “têm de ter a mesma responsabilidade”, Francisco Neto detalhou, aos jornalistas, que os Camarões usam um estilo de jogo mais baseado em transições e rasgos individuais, “de muita velocidade”, ao passo que a Tailândia não apresenta “tantos valores individuais, mas é organizada”.
“São duas equipas que já experimentaram o Campeonato do Mundo, sabem o que é lá estar e de certeza que querem estar lá tanto como nós. Temos de trabalhar muito, seja qual for o adversário. Nunca será fácil, mas queremos muito dar esse passinho”, frisou.
O apuramento inédito para o Mundial seria “mais um passo importante” e um “marco histórico na afirmação internacional de Portugal numa grande competição”, bem como “um momento de experiência para as jogadoras”, que crescem muito após a fase final.
“É fundamental podermos estar nestes grandes palcos e este será mais um momento de grande importância se conseguirmos concretizar. Sabemos que após as fases finais as jogadoras crescem muito, porque jogarão com as melhores e estarão envolvidas em contextos difíceis de recriar noutras situações”, considerou o selecionador, de 41 anos.
Portugal chega ao ‘play-off’ intercontinental - a disputar-se em fevereiro de 2023, com o vencedor do duelo entre Camarões e Tailândia -, após derrotar Bélgica e Islândia no ‘play-off’ europeu, o que a faz “a equipa com mais jogos oficiais para poder lá chegar”.
“Sabíamos que este trajeto não era fácil. As ‘slots’ mudaram, antigamente eram nove e era sempre muito difícil. Agora são 11, mais uma. Fomos muito competentes até aqui para nos poder agarrar a isso e queremos ser a 12.ª equipa europeia representada no Campeonato do Mundo. Já queríamos lá estar, mas felizmente ainda dependemos só de nós”, realçou Francisco Neto, natural de Mortágua e no cargo técnico desde 2014.
O selecionador abordou ainda a nova Liga das Nações feminina, a partir de 2023: “É mais uma competição e um espaço para poder estar ao mais alto nível. Pela previsão, estaremos no pote A, que nos obrigará a jogar com as melhores e é onde queremos estar. Para nós será maravilhoso mais uma competição e com a exigência que vai ter”.
Portugal defronta o Haiti na sexta-feira, a partir das 15:00, no Estádio Municipal José Martins Vieira, na Cova da Piedade, e recebe a Costa Rica quatro dias mais tarde, na próxima terça-feira, num encontro que terá início pelas 18:00, no estádio do Alverca.
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