Arranca a esta sexta-feira a 18.ª edição da Taça Asiática de futebol, no Qatar, cuja seleção defende o título conquistado em 2019. A jogar em casa, os qataris estão entre os candidatos a vencer a prova mas o grande favorito é o Japão, recordista de troféus. O Irão, de Taremi, é outro candidato a fazer a festa na final, agendada para o dia 10 de fevereiro.

Portugal está representado, tanto a nível de treinadores como de jogadores que atuam nas nossas ligas. O jogo inaugural está marcado para às 16h00 desta sexta-feira, entre o Qatar e o Líbano.

A prova devia realizar-se no verão de 2023 na China, mas o país desistiu da organização por causa da pandemia de COVID-19. O Qatar foi escolhido como substituto, mas devido as altas temperaturas no Médio Oriente e ainda a participação da seleção do Qatar na Gold Cup, foi adiada de junho de 2023 para janeiro de 2024.

A Taça Asiática, que se disputa de quatro em quatro anos desde 1956, é a principal prova de seleções da Confederação Asiática de Futebol (AFC). A edição de 2023 irá decorrer nas cidades de Al Khor, Al Rayyan, Doha e Al Wakrah, aproveitando assim as infraestruturas construídas para o Mundial2022.

Quem participa?

Pela segunda vez seguida, prova será disputada por 24 seleções, com seis grupos de quatro equipas. Apuram-se para os oitavos de final os dois primeiros de cada grupo, e ainda os quatro melhores terceiro colocados. O estreante Tajiquistão é a única entre as 24 formações presentes que nunca participou numa fase final da Taça Asiática.

Grupo A: Qatar, China, Tajiquistão e Líbano
Grupo B: Austrália, Uzbequistão, Síria e Índia
Grupo C: Irão, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong e Palestina
Grupo D: Japão, Indonésia, Iraque e Vietname
Grupo E: Coreia do Sul, Malásia, Jordânia e Bahrain
Grupo F: Arábia Saudita, Tailândia, Quirguistão e Omã

Uma prova com sotaque lusitano

O nome de Portugal estará na Taça Asiática, através de jogadores mas também de treinadores. Paulo Bento, antigo selecionador nacional, é o único treinador português em prova.

O técnico de 54 anos terá a missão de melhorar a prestação dos Emirados Árabes Unidos na principal prova asiática de seleções, depois de duas chegadas consecutivas às meias-finais, a última das quais na condição de anfitriã. Os avançados Fábio Lima e Caio Canedo, nascidos no Brasil, são a referência ofensiva da equipa.

A nível de jogadores, Mehdi Taremi, do FC Porto é o mais conhecido. O avançado irá tentar ajudar o Irão a chegar ao quarto título, depois dos triunfos em 1968, 1972 e 1976.

Hidemasa Morita, do Sporting, tentará chegar ao título com o Japão, o principal favorito. O iraquiano Osama Rashid, médio do Vizela, é outro jogador que atua em Portugal a marcar presença na prova.

No Qatar há o luso-caboverdiano Pedro Correia, mais conhecido como Pedro Ró-Ró, que soma 87 internacionalizações pelo Catar.

A Taça Asiática 2023 irá decorrer no Qatar, nas cidades de Al Khor, Al Rayyan, Doha e Al Wakrah.

Os estádios da Taça Asiática 2023

Estádio Capacidade
Estádio Al Bayt 68,895
Estádio Internacional Khalifa 45,857
Estádio Ahmed bin Ali 45,032
Estádio da Cidade da Educação 44,667
Estádio Jassim Bin Hamad 15,000
Estádio Al Thumama 44,400
Estádio Abdullah bin Khalifa 10,000
Estádio Al Janoub 44,325

Principais favoritos? Japão e não só

A seleção mais titulada da Taça Asiática é a grande favorita a vencer mais uma vez a competição. Os títulos conquistados em 1992, 2000, 2004 e 2011 (foi finalistas em 2019) colocam o Japão como principal candidato. Os nipónicos, derrotados pelo Qatar na última edição, não ganham a prova há 12 anos.

Além de ter uma seleção com o valor de mercado global mais alto entre as 24 seleções (316 milhões de euros), a formação nipónica está numa sequência de 10 vitórias seguidas (45 golos) e conta com craques como como Mitoma (Brighton), Kubo (Real Sociedad), Endo (Liverpool) ou Minamino (Mónaco), além de Morita, do Sporting.

A Arábia Saudita, com três títulos (1984, 1988 e 1996), chega ao Qatar com o sonho de levantar o troféu no dia 10 de fevereiro. Os sauditas passaram o último ano na companhia de vários craques que até há bem pouco tempo brilhavam nas principais provas na Europa, como Cristiano Ronaldo, Sadio Mané, Benzema, Kanté, Firmino, entre muitos outros. A seleção saudita leva oito jogadores do Al Hilal (de Jorge Jesus) e sete do Al Nassr (de Luís Castro). Roberto Mancini é o selecionador.

Campeã asiática nas duas primeiras edições da prova, em 1956 e 1960, e finalista vencida em outras quatro ocasiões, a Coreia do Sul tentará terminar com o hiato de conquistas de mais de seis décadas, naquela que será a sua 15.ª presença – divide com o Irão o estatuto de seleção com mais fases finais. Kim Min-jae (Bayern Munique), Son Heung-min (Tottenham), Lee Kang-in (Paris Saint-Germain) e Hwang Hee-chan (Wolverhampton) são os principais destaques dos sul-coreanos. As 10 vitórias alcançadas nos últimos 10 jogos atestam a qualidade dos sul-coreanos.

O Irão, do avançado do FC Porto, Mehdi Taremi, chega ao Qatar com o lastro de três títulos arrebatados de forma consecutiva, em 1968, 1972 e 1976, mas não mais voltou a erguer o troféu. Os persas contam nas suas fileiras com nomes como Sardar Azmoun (Roma) e Alireza (Feyenoord), avançados que costumam fazer o tridente ofensivo da equipa, juntamente com Taremi.

Palestina: Com o coração em Gaza e a cabeça longe do futebol

Se em campo os olhos vão estar centrados na seleção da casa e nos favoritos à vitória final, nos média é a seleção da Palestina uma das mais faladas. Enquanto o seu território está a ser bombardeado por Israel há mais de dois meses, com dezenas de milhares de mortos, a Palestina tenta nesta sua terceira participação aliviar a dor dos que não sabem se irão acordar no dia seguinte.

Muitos dos jogadores da Palestina já perderam familiares e amigos nos violentos bombardeamentos de Israel em Gaza e noutras cidades do território palestiniano. Com o drama vivido em casa, o futebol passou para segundo plano.

"O futebol deixou de ter relevância. Os jogadores estão, naturalmente, o tempo todo colados aos tablets ou telemóveis na procura de notícias, antes e depois dos treinos", contou o selecionador Makram Daboub. A equipa irá precisar dos golos do atacante Oday Dabbagh, um dos maiores talentos da história do futebol palestiniano. O avançado passou pelo Arouca mas hoje brilhas no Charleroi, da Bélgica.

Curiosidades da prova

O playmakerstats levantou algumas curiosidades sobre esta edição da Taça Asiática de futebol

Melhor marcador história da prova: Ali Daie (Irão) - 14 golos
Jogador com mais jogos: Endo (Japão) - 21
Jogador com mais participações na prova: Nesterov (Uzbequistão) - cinco edições
Jogador mais velho: Tedsungnoen (Tailândia) - 39 anos
Jogador mais novo: Almazbekov (Quirguistão) - 18 anos
Clube mais representado: Johor (Malásia) - 15 jogadores
Campeonato mais representado: Qatar - 34 jogadores