O antigo futebolista luso-moçambicano Abel Xavier apelou hoje para a necessidade de haver paz e estabilidade na Guiné-Bissau, para que o país possa enfrentar os desafios do futuro e potenciar o talento da juventude.
Em declarações à Lusa, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau, momentos antes de embarcar de regresso à Lisboa, Abel Xavier disse ter visitado “o país irmão Guiné-Bissau” no âmbito das atividades dos jovens de um partido concorrente às eleições legislativas de 04 de junho.
Convidado pelo Movimento Alternância Democrática (Madem-G15), Abel Xavier foi um dos animadores das jornadas da juventude, em que apresentou a sua visão sobre a importância do desporto na estrutura de uma sociedade, a partir do seu próprio percurso “dos bairros ao alto rendimento”, enfatizou.
O antigo internacional português afirmou ter constatado que a Guiné-Bissau “quer fazer melhor”, mas exortou os guineenses para a importância da estabilidade para projetar o futuro melhor para a juventude.
“Desejo, obviamente, que (a Guiné-Bissau) tenha a paz, que tenha a estabilidade, porque, obviamente, só com esses requisitos se pode construir alguma coisa, e o desporto é muito importante”, observou Abel Xavier.
O antigo futebolista reforçou ainda que a “estabilidade e a harmonia” são fatores determinantes para atração de investimento em qualquer área, um processo que leva tempo para que tenha continuidade, sustentabilidade e depois potenciar o desenvolvimento.
Questionado sobre se a sua visita também serviu para abordar a possibilidade de um dia ser o selecionador de futebol da Guiné-Bissau, Xavier disse que esteve na Guiné-Bissau num outro quadro, mas não fechou a porta a essa eventualidade.
“A Guiné é um país rico, mas neste momento, obviamente, vim no âmbito de apoiar, encorajar, fazer acreditar aos jovens e obviamente as questões profissionais no seu devido momento iremos abordar”, afirmou o antigo futebolista, agora comentador televisivo em Portugal.
Abel Xavier notou que os jovens guineenses têm talento para o futebol, mas alertou que “chegar ao alto rendimento não é fácil” e aproveitou para abordar o que pensa ser o caminho a seguir pelo futebol africano para defrontar e vencer os dos outros continentes.
Para Xavier, “a abordagem deve ser outra”.
O antigo futebolista deu o exemplo da seleção francesa que vence competições internacionais “com muitos jogadores de origem africana”, para questionar o motivo de as equipas do continente não vencerem.
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