
O campo de futebol do Grupo Desportivo Sourense, localizado na vila de Soure, distrito de Coimbra, sofreu prejuízos estimados em mais de 200 mil euros, nomeadamente com o abatimento da cobertura metálica da bancada, disse fonte do clube.
O incidente terá acontecido durante a madrugada de quinta-feira, possivelmente entre as 00:00 e as 03:00, e, para além da queda da cobertura sobre a bancada do campo Dr. António Coelho Rodrigues, o vento forte arrancou do chão e tombou as vigas metálicas de suporte da cobertura, provocando estragos no muro posterior e no localizado junto ao relvado, que partiram em vários pontos.
Ouvido hoje pela agência Lusa, Sérgio Rodrigues, presidente do Sourense, disse que a direção do clube de Soure está “a tomar as medidas necessárias para voltar a colocar a bancada funcional e sem qualquer perigo”, com o apoio da Câmara Municipal de Soure.
A primeira fase, adiantou, passa por retirar a cobertura danificada: “Queremos que seja feita nos próximos dias e, depois, serão feitas as obras necessárias para a colocação de uma nova cobertura”.
O dirigente estimou que a nova cobertura da bancada, que possui 200 lugares sentados, custará entre 150 mil a 200 mil euros, a que acrescem as obras necessárias para a assentar e reparar os estragos provocados pela depressão Martinho.
Sendo o Grupo Desportivo Sourense um clube pequeno, com apenas 270 sócios, para além do apoio do município, Sérgio Rodrigues espera contar com a Associação de Futebol de Coimbra (AFC) - a equipa de futebol sénior milita na Divisão de Elite distrital e está a lutar pela subida ao Campeonato de Portugal - e, eventualmente, com a Federação Portuguesa de Futebol.
Também em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, reiterou o apoio municipal ao Sourense, desde logo nas medidas já tomadas para evitar acidentes, tendo sido criado um perímetro de segurança em redor, pois a bancada do campo de futebol confina com a via pública.
“As condições de segurança têm de ser avaliadas, porque aquilo tem perigo de derrocada. Colocámos os nossos técnicos municipais à disposição do clube e também falei com o presidente da Assembleia Geral [do Sourense], Carlos Cordeiro, que tem uma empresa de metalomecânica muito conhecida na região, para ele também dar apoio com os seus técnicos e avaliarem as circunstâncias”, afirmou o autarca.
Mário Jorge Nunes aconselhou o clube “a iniciar já uma estratégia de retirada da cobertura, porque [a queda] ofendeu a estrutura de betão das próprias bancadas, onde estava fixa” e a seguir “fazer um projeto, não para repor igual aquilo, porque não é adequado, mas utilizando técnicas de construção mais modernas, quantificar quanto custa e, obviamente, o município irá apoiar”, vincou.
O presidente da Câmara de Soure revelou ainda que, na manhã na hoje, na reunião do conselho intermunicipal da Região de Coimbra, reivindicou, em conjunto com o autarca de Oliveira do Hospital - onde o Nogueirense, clube que também milita na Divisão de Elite da AFC, sofreu prejuízos devido ao vento forte na bancada do seu campo de futebol -, a atuação da comunidade intermunicipal junto da secretaria de Estado do Desporto, para fazer face aos prejuízos causados pelo temporal.
“Também posso adiantar que, no decorrer da reunião, o município da Figueira da Foz [concelho vizinho de Soure] se mostrou solidário e, relativamente ao Sourense, disponibilizou os seus campos municipais para se poder articular essa solidariedade”, revelou Mário Nunes.
Curiosamente, o Sourense e a Naval 1893, da Figueira da Foz – equipa que treina e joga no complexo desportivo municipal do estádio José Bento Pessoa – ocupam, respetivamente, a segunda e primeira posição da Divisão de Elite da AFC, separados por dois pontos, quando faltam seis jornadas para o fim.
Já sobre os restantes prejuízos provocados pela depressão Martinho no município de Soure, Mário Jorge Nunes explicou que, no domínio privado “não há nada de muito relevante comparado com o que aconteceu no Leslie”, a tempestade que, em 2018, provocou dezenas de milhões de euros de prejuízos no litoral centro.
“Nas instalações municipais tivemos avultados prejuízos nos armazéns, oficinas e estaleiro e no edifício dos serviços educativos”, cujo telhado perdeu diversas telhas, estando os custos a serem avaliados.
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