José Mourinho, demitido do Manchester United em dezembro, explicou na sexta-feira à AFP que prevê voltar a treinar na próxima temporada, se possível na Liga dos Campeões.
"O que eu quero é encontrar um clube que me motive para começar a próxima temporada", declarou o português de 56 anos, durante um evento organizado pelo seu patrocinador Hublot em Basileia, na Suíça.
Os grandes campeonatos europeus estão a terminar. Veremos Mourinho a lutar pela Liga dos Campeões na próxima temporada?
"Eu quero lá estar! Mas, às vezes, não estás na corrida principal, é preciso saber ganhar outras. Quando cheguei no Manchester United (em 2016) foi preciso ganhar a Liga Europa (o que o português conseguiu em 2017)".
Após as conquistas com o FC Porto (2014) e Inter (2010), gostaria de ganhar uma terceira 'Champions' para igualar o feito de Zinedine Zidane, campeão das últimas três edições com o Real Madrid?
"Se eu conseguir ganhar uma terceira, ótimo. Mas se eu ganhar uma terceira Liga Europa (após 2003 e 2017), também não é mau. Agora, eu tenho duas Champions e duas Ligas Europa. Se eu ganhar um quinto troféu europeu, é claro que prefiro que seja a Liga dos Campeões. Mas se eu assinar com um clube em dificuldades, como o Manchester United quando cheguei, é preciso primeiramente fazê-lo subir ao andar de cima e tentar dar o seu melhor. É claro que quero trabalhar no mais alto nível, e isso é a Liga dos Campeões".
Desde que foi demitido do Manchester United, em dezembro, sente falta do campo?
"Sim, mas tomei a decisão de não trabalhar novamente nesta temporada. Não gosto de assumir um clube em janeiro, fevereiro ou março... O que eu quero é encontrar um clube que me motive para começar a próxima temporada".
Já disse que o seu próximo clube precisa de ter uma "empatia estrutural" e grandes ambições. Também quer a liberdade de contratar os jogadores que quiser durante a janela de transferências?
"Eu não acredito que a liberdade de contratar jogadores seja boa! Não mesmo. A melhor situação é refletir com pessoas de diferentes opiniões. É muito importante. O que eu quis dizer por 'empatia' não é liberdade de contratar, mas sim que todas as diferentes estruturas do clube trabalhem juntas por um objetivo comum. É fundamental".
Assistiu a um jogo do campeonato francês em Lille em fevereiro. No futuro poderá trabalhar num clube francês?
"É difícil dizer. Se digo não, não estarei a ser honesto contigo. Se disser sim, vocês vão começar a especular os clubes que poderiam interessar-me, que terão um cargo livre. Eu posso voltar em países que já conheço (Portugal, Inglaterra, Espanha e Itália) ou tentar algo grande, que seria trabalhar num quinto país e ganhar tudo, como já fiz nos outros lugares. Veremos o que acontece".
Lionel Messi, no Barcelona, e Cristiano Ronaldo, na Juventus, impressionaram nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Qual dos dois acha que pode ganhar o troféu em junho?
"Estás a citar Cristiano e Messi, eu falo da Juventus e do Barcelona. Eu sei que no mundo de hoje estamos mais focados no individual. Eu serei sempre um treinador de futebol, que continua a ser um desporto coletivo. Barcelona e Juventus são dois grandes candidatos ao título, mas também há um pelotão de clubes ingleses, o Ajax e o FC Porto. Barcelona e Juventus têm experiência, talento, e cada um tem um jogador especial. Normalmente, lá onde estão os jogadores especiais, as equipas podem tornar-se as melhores".
Foi uma surpresa ver quatro clubes ingleses nos quartos de final?
"Não, porque os clubes ingleses são poderosos, com um campeonato muito competitivo. Às vezes isso joga contra eles, porque o calendário é repleto de situações difíceis. Mas as equipas são boas e fortes, e quando se vê o nível de investimento do Manchester City, com os seus jogadores e o seu treinador...".
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