José Mourinho concedeu uma longa entrevista à beIN Sports France onde falou de vários temas, entre eles a carreira recheada de títulos, a relação com Arsène Wenger e os planos para a próxima temporada. O português revelou que já rejeitou três a quatro propostas de trabalho depois de deixar o Manchester United.

Mais de dois meses sem trabalho: "Não importa para onde vou, será para um sítio onde ainda possa ganhar. Passaram dois meses e meio desde que estou sem treinar e já me estou a preparar para o desafio seguinte. Não estou de férias, nem aborrecido, nem como se não tivesse nada para fazer. Estou a preparar-me. Quando se trabalha no futebol diariamente, com seis conferências de imprensa por semana, três jogos, sessões de vídeo, análise de jogos, problemas quotidianos,... Não temos muito tempo para cuidar de nós mesmos."

Próxima época: "Agora que tenho estes meses para o fazer voltarei ainda mais preparado. O posto de treinador é muito especial. Gosto do trabalho diário, competir em várias competições, os jogos. Quero treinar um clube, quero encontrar um para este verão, em junho, para a pré-temporada. Sei exatamente o que não quero, por isso recusei três ou quatro ofertas. E sei o que quero, não o nome do clube, mas o estilo de trabalho, carga de trabalho,... Sei o que quero e isso é o que espero."

Arsène Wenger: "A maneira mais fácil de o recordar é dizer que é único na sua espécie. No futebol de hoje em dia, é impossível para um treinador estar dez, quinze, vinte anos no mesmo clube. É o último. Realmente não acredito que vejamos um treinador ficar dez anos num clube. Agora os jogadores vão, vêm, a pressão para um treinador é imensa. Fazes uma boa temporada, mas a seguinte é um bocado pior. Há uma enorme pressão, uma tendência a mudar. Se falarmos de futebol, Wenger é um treinador dos invencíveis. Ranieri, por exemplo, ao qual chamo 'o milagre', pelo título de campeão do Leicester. Wenger é invencíveis: ganhou a Premier com o Arsenal sem perder nem um jogo e isso perdura no tempo."

Título mais importante: "Escolher um título quando tens três ou quatro é mais fácil do que escolher quando tens 25… Como temporada, diria a tripleta (os três títulos conquistados no Inter de Milão em 2010: Liga Italiana, a Taça de Itália e a Liga dos Campeões), porque é a época completa. Poderia dizer a Liga dos Campeões com o FC Porto, porque é uma equipa portuguesa, uma equipa do meu país, fazes por ti próprio, pelo clube e pelo país… Mas o melhor título é o próximo que vou ganhar."

Seleção Nacional: "O trabalho na seleção nacional é um trabalho muito específico. Gosto de futebol diário, de trabalho diário, de muitas competições, de jogos. Gostaria de ficar ao nível do futebol de clubes, mas quem sabe?"