O selecionador russo pediu hoje que a ofensiva militar em curso na Ucrânia, que dura há mais de uma semana, “chegue ao fim e parem de morrer pessoas”, e espera ainda que o futebol possa continuar no país.

“O futebol é importante, ele junta-nos e mantém-nos unidos e as coisas vão ser difíceis sem ele. Estou confiante de que a seleção e os clubes devem poder continuar a jogar. Falando à escala global, eu só espero que isto [guerra] acabe, a paz vai chegar e parem de morrer pessoas”, apelou Valery Karpin, de 53 anos, citado nas redes sociais da federação russa.

Na quinta-feira, o organismo russo indicou que vai recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) para contestar a exclusão do ‘play-off’ de acesso ao Mundial2022.

Segundo comunicado da federação russa, o TAS deve acionar “um procedimento acelerado” para chegar a uma decisão sobre este assunto, a três semanas da data original do encontro entre Rússia e Polónia, marcado para dia 24, o primeiro de dois do 'play-off' europeu de acesso ao torneio marcado para o Qatar.

A FIFA e a UEFA, que decidiram esta exclusão, que se aplica, de resto, a todas as seleções, feminina e masculina, e de todos os escalões etários, não teriam “bases legais” para tomar a medida, que consideram “discriminatória” e tomada apenas sob pressão de federações como a polaca.

As duas entidades decidiram “em conjunto que todas as equipas russas, sejam seleções ou clubes, devem ser suspensas de participar nas competições da FIFA e da UEFA até nova ordem”, lê-se no comunicado dos dois organismos que regem o futebol mundial e europeu, divulgado em 28 de fevereiro.

A medida deixou também de fora o Spartak de Moscovo dos oitavos de final da Liga Europa, avançando o Leipzig, da Alemanha, para os ‘quartos’.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.