O FC Barcelona prevê pagar na próxima semana às Finanças espanholas os 9,1 milhões de euros em falta ao fisco pela transferência do futebolista brasileiro Neymar para o Santos.
Segundo fontes do clube citadas pela EFE, falta apenas que a junta diretiva do FC Barcelona, na sua reunião de segunda-feira, ratifique a decisão para que seja paga a verba.
Este valor corresponde a 24,7% dos 37,9 milhões de euros que o FC Barcelona pagou pela transferência do jogador, considerados salários de Neymar e que devem ser considerados rendimentos de trabalho.
Na quinta-feira, o juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz constituiu como arguido o FC Barcelona, como pessoa jurídica, por crime fiscal na contratação do avançado brasileiro Neymar, na sequência de um pedido nesse sentido feito pela procuradoria.
O procurador José Perals oficializou na quarta-feira o pedido ao juiz que já estava a investigar o ex-presidente do FC Barcelona Sandro Rosell por apropriação indevida relacionada com a mesma contratação.
No ofício, Perals afirmava que um dos indícios de delito fiscal "é a existência de contratos simulados, bem como a realização de operações de 'engenharia financeira' mediante os quais se pretende enganar a Fazenda Pública [Finanças]".
O juiz Pablo Ruz considerava que existem "indícios suficientes para que se investigue o possível crime contra a Fazenda Pública por parte da entidade FC Barcelona".
Perante esta situação, o clube optou por regularizar a sua situação fiscal pela via administrativa, evitando, deste forma, a responsabilidade penal.
Segundo a ação interposta pela justiça espanhola, a direção do FC Barcelona terá ocultado dos sócios o valor real da operação de contratação de Neymar ao clube brasileiro Santos.
De acordo com os vários contratos assinados entre as partes o FC Barcelona pagou 95 milhões de euros pela contratação de Neymar e não os 57 milhões que o clube catalão declarou oficialmente.
A confirmar-se este valor, a transferência de Neymar, do Santos para o FC Barcelona, torna-se a mais cara de sempre da história do futebol, acima dos 94 milhões de euros pagos pelo Real Madrid pelo português Cristiano Ronaldo.
Os documentos, assinados entre novembro de 2011 e setembro de 2013, incluem comissões de vários milhões de euros destinadas à família Neymar e que até agora estavam ocultas, bem como comissões de assinatura, transferências para uma sociedade detida pelo pai do jogador (Sociedade N&N) e transferência para fundos.
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