Os portugueses José Mourinho e Cristiano Ronaldo procuram no sábado reduzir o saldo negativo nos confrontos com os rivais Josep Guardiola e Lionel Messi e ajudar o futebol do Real Madrid a libertar-se do “jugo” imposto pelo FC Barcelona.
O campeão espanhol e europeu perdeu apenas um dos últimos 11 encontros com a equipa da capital e não sai derrotada do estádio Santiago Bernabéu desde a época 2007/08, mas vai apresentar-se em Madrid para o jogo da 16.ª jornada do campeonato com três pontos de atraso e mais um jogo realizado do que o adversário, líder isolado da prova.
O único sucesso dos “merengues” foi obtido já sob o comando técnico de Mourinho e valeu a conquista da Taça do Rei de Espanha na época passada, graças a um golo de Ronaldo no prolongamento, mas o saldo do treinador e do avançado internacional português é claramente negativo nos confrontos diretos com Guardiola e Messi.
Mourinho ganhou apenas dois dos 11 confrontos com o treinador espanhol do Barcelona, que se impôs ao português em cinco ocasiões e infligiu ao técnico português a maior derrota da carreira, ao “presenteá-lo” com uma goleada por 5-0 na estreia no grande clássico do futebol em Espanha.
O treinador português tinha acabado de ser apresentado como o “salvador da pátria” madridista e até estava a confirmar as melhores expetativas, mas a deslocação ao Nou Camp para a partida da 13.ª jornada fê-lo “descer à terra” (e ao segundo lugar do campeonato, que nunca mais deixou), atropelado pela máquina de bom futebol arquitetada por Guardiola.
Na fase final da época passada, quatro embates em cerca de duas semanas proporcionaram a Mourinho o primeiro troféu no Real Madrid, com a vitória na final da Taça do Rei, mas custaram-lhe também a eliminação nas meias-finais da Liga dos Campeões, com uma derrota fora por 2-0 e um empate 1-1 em casa, impedindo-o de defender o título conquistado na temporada anterior no comando do Inter de Milão.
Foi precisamente no clube italiano que Mourinho obteve o outro triunfo sobre Guardiola, por 3-1, na primeira mão das meias-finais da Liga milionária, que lhe abriu as portas para a final, na qual se impôs ao Bayern de Munique, mesmo tendo sido derrotado na Catalunha por 1-0, na segunda mão.
A história teria sido diferente se o Barcelona tivesse conseguido reeditar o desfecho dos dois jogos da fase de grupos, alguns meses antes, que venceu por 2-0 em casa depois de ter empatado 0-0 em Milão, a primeira das quatro igualdades registadas no confronto direto entre Mourinho e Guardiola, no primeiro duelo entre os dois treinadores.
Já nesta temporada, o Real Madrid deu mostras de se ter reduzido a distância para o rival, mas não o suficiente para conquistar a Supertaça de Espanha, que o “Barça” revalidou com uma vitória caseira por 3-2, depois de ter segurado um empate 2-2 na capital.
O historial dos embates entre Ronaldo, Bota de Ouro do futebol europeu, e Messi, designado melhor futebolista mundial nos últimos dois anos, é ainda mais desfavorável ao avançado português, que também só ganhou dois jogos, mas perdeu sete, entre as quais uma final da principal prova europeia de clubes, tendo-se registado igualmente quatro empates.
A “carreira” de Ronaldo até começou da melhor maneira, no ataque do Manchester United, graças a um tento de Paul Scholes, que, aliado ao “nulo” em Barcelona, assegurou a qualificação para a final da “Champions”, na qual os “red devils” venceram o Chelsea no desempate por grandes penalidades, depois de Ronaldo ter contribuído com um golo para o empate 1-1 no fim do prolongamento.
Messi desforrar-se-ia na temporada seguinte, ao marcar um dos dois golos com que o Barcelona bateu Ronaldo e o Manchester United na final da Liga dos Campeões de 2008/09, e o avançado português só conseguiu superiorizar-se por mais uma vez ao rival argentino, na final da última edição da Taça do Rei.
O argentino foi um interveniente ativo nos êxitos da sua equipa e suplanta claramente Ronaldo no número de golos marcados sempre que mediram forças:
Messi concretizou nove, mais de o dobro do pecúlio do internacional português, que apontou quatro, e tantos quanto o total de remates certeiros das equipas em que alinhou Ronaldo nos confrontos com o Barcelona, que marcou 21.
Messi até ficou em “branco” na célebre goleada por 5-0 imposta ao Real Madrid na época passada, mas marcou no único duelo entre ambos ao serviço das respetivas seleções, tal como Ronaldo, no triunfo da Argentina por 2-1, num jogo particular realizado em Genebra.
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