Luis Rubiales acaba de anunciar que se vai demitir do cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), na sequência do escândalo que protagonizou, ao agarrar e forçar a jogadora Jenni Hermoso, na cerimónia de entrega de medalhas após a final do Mundial de futebol feminino.

O anúncio de Rubiales foi feito em entrevista ao jornalista inglês Piers Morgan.

“Hoje transmiti ao presidente em funções, Pedro Rocha, a minha renuncia ao cargo de presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com o meu cargo na UEFA, para que a minha posição na vice-presidência possa ser substituída”, referiu depois, numa mensagem divulgada nas redes sociais.

Rubiales garantiu ainda que vai fazer tudo para que “a verdade prevaleça”, mas que ficar no cargo não era positivo para o futebol espanhol.

“Depois da rápida suspensão efetuada pela FIFA, mais os restantes procedimentos abertos contra mim, é evidente que não posso voltar ao cargo. Insistir em continuar não vai contribuir em nada de positivo, nem para a federação nem para o futebol espanhol”, acrescentou.

Luis Rubiales afirmou ainda que a sua saída do cargo vai trazer a “estabilidade necessária” para que a candidatura de Portugal, Espanha e Marrocos que, numa fase inicial, chegou a contar com a Ucrânia, para organizar o Campeonato do Mundo de 2030 seja bem sucedida.

“Não quero que o futebol espanhol possa ser prejudicado por toda esta campanha tão desproporcionada e, sobretudo, tomo esta decisão ao saber que a minha saída contribuirá para a estabilidade que vai permitir que tanto a Europa como África continuem unidas no sonho de 2030, que permitirá trazer para o nossos país o maior evento do mundo”, frisou, agradecendo a todos os que o apoiaram.

Rubiales beijou Jenni Hermoso na boca, em 20 de agosto, no estadio de Sydney, após a vitória de Espanha no campeonato do mundo de futebol feminino.

A futebolista disse que o beijo não foi consentido, ao contrário do que afirma o presidente da federação. Antes, na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola.

Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da federação espanhola, durante 90 dias.

O presidente da RFEF em funções, Pedro Rocha, avançou com a demissão de Jorge Vilda do cargo de selecionador feminino, sendo substituído por Montse Tomé.

Esta decisão de Rubiales surge depois de o Ministério Público espanhol apresentar denúncia no Tribunal Nacional contra o presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), solicitando uma investigação pelos crimes de agressão sexual e coerção.

Em causa está o beijo na boca que Luís Rubiales deu à jogadora Jenni Hermoso, após o final do campeonato do Mundo feminino de futebol, que a Espanha conquistou com uma vitória frente a Inglaterra (1-0), em 20 de agosto, em Sydney, na Austrália.

Veja aqui o vídeo do momento

O Ministério Público considera que esta ação de Luis Rubiales não foi consensual e, portanto, pode constituir um crime de agressão sexual e outro de coerção sobre Jenni Hermoso, e por isso pede ao Tribunal que abra um processo contra o dirigente.

A posição do Ministério Público contra Luís Rubiales surge depois de Jenni Hermoso ter formalizado uma denúncia na Procuradoria-Geral do Estado. A jogadora, ao contrario do que afirma o dirigente, garante que o beijo não foi consentido.

Antes do incidente do beijo, na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola.

Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da RFEF, durante 90 dias.

Aos acontecimentos em Sydney seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, que disse que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.

Onze membros da equipa técnica do selecionador feminino, Jorge Vilda, apresentaram a demissão.

Por seu lado, o técnico, que condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF, foi demitido do cargo na terça-feira pela federação espanhola, depois de críticas de diversos setores por ter aplaudido o discurso em que Rubiales disse que não se demitia e que estava a ser vítima de uma perseguição do "falso feminismo".

Agora, o tribunal que recebeu a denúncia do Ministério Público deve decidir se abre ou não um processo criminal contra Luís Rubiales.

*Artigo atualizado