O Olímpico de Roma proporcionou o tal "ambiente adverso" de que Nuno Espírito Santo falou na antevisão do encontro, mas o FC Porto conquistou o terreno adversário e saiu da capital italiana com um triunfo contundente, por 3-0.

Frente a uma equipa habituada à prova milionária, os 'dragões' conseguiram saltar para a frente da eliminatória logo aos oito minutos de jogo, com o golo de Felipe. O central brasileiro saltou, cabeceou e redimiu-se da melhor forma do auto-golo da primeira mão. Fez as pazes com os adeptos.

A tarefa portista, verdade seja dita, acabou por ser facilitada graças à auto-destruição romana. De Rossi, primeiro, fez uma falta dura sobre Maxi e viu o vermelho, tendo deixado o uruguaio mal tratado e com uma possível lesão. Depois foi Emerson Palmieri a entrar de forma proibida sobre Jesús Corona, deixando os romanos reduzidos a apenas nove jogadores.

A clara vantagem numérica permitiu ao FC Porto controlar a partida quase por inteiro e juntar mais dois golos ao resultado, primeiro por Layún e depois por Jesús Corona.

Momento-chave: Expulsão de De Rossi

Tudo estava já bem encaminhado para o FC Porto, que estava em vantagem na eliminatória desde os oito minutos, mas com o vermelho mostrado ao médio - adaptado a central - tudo ficou mais simples para a equipa portista. A partir dos 39 minutos, os 'dragões' tiveram mais espaço para controlar a partida.

O melhor: Defesa portista (Casillas incluído)

Ao contrário do que já se viu neste arranque de temporada, a linha defensiva dos 'dragões' esteve em grande plano, destacando-se a dupla de centrais composta por Felipe e Marcano. Ambos estiveram totalmente dominadores. Até à lesão, Maxi contribuiu também da melhor forma a nível defensivo e apenas Alex Telles cometeu alguns erros. Casillas respondeu da melhor forma a vários remates romanos, sem hesitações.

O pior: Agressividade romana

Apesar de terem facilitado a tarefa ao FC Porto, as entradas duras de Daniele de Rossi e Emerson Palmieri acabaram por manchar a partida. Ambas foram inteiramente desnecessárias e por isso punidas de forma implacável pelo árbitro polaco Szymon Marciniak. Dois momentos pouco bonitos num jogo de grande qualidade técnica.

As reações dos protagonistas

Nuno Espírito Santo: "Jogar em agosto uma pré-eliminatória da Champions é de extrema dificuldade. Conseguimos o objetivo mas queremos continuar a crescer, a trabalhar, porque este é o FC Porto que nós queremos".

Felipe: "Auto-golo na primeira mão? Quem joga sabe que passa por isso. Não me deixo abater. A bola bateu em mim, acontece, mas temos de nos manter concentrados. Temos de manter o foco do início ao fim e foi isso que fizemos hoje".

Layún: "Sabíamos que ia ser um jogo difícil, é uma pena que uma equipa tão importante como a Roma fique fora desta competição, mas nós tínhamos argumentos e vontade de vir aqui conseguir uma vitória".

Curiosidades

- Desde 2011 que o FC Porto não vencia fora numa eliminatória de uma prova da UEFA.

- A Roma não perdia em casa há oito jogos. A última derrota datava de março e o adversário foi o Real Madrid.

- Há 10 temporadas que uma equipa portuguesa não vencia em Itália. A última formação a consegui-lo havia sido o Sporting de Braga, diante do Parma, por 0-1.