Foi a muito custo que o Benfica conseguiu arrancar uma preciosa vitória por 2-3 em casa do Mónaco. Os encarnados não entraram bem no jogo, e só após terem sofrido o primeiro golo é que acordaram, desperdiçando algumas boas oportunidades numa primeira parte onde as águias estiveram por várias vezes em risco de ver um jogador expulso.
Felizmente para a equipa portuguesa que tal não aconteceu e as águias entraram com toda a força na segunda parte, empatando nos minutos iniciais. Pouco depois o Mónaco passou a jogar com dez e adivinhava-se um assalto encarnado à baliza de Majecki.
Contudo foram os monegascos a voltar à vantagem e só a inspiração final de Di María permitiu a reviravolta, com duas assistências primorosas que colocam o Benfica em zona de 'playoff'.
O jogo: Pés de anjo e cabeça no lugar
Para o jogo no Principado, Bruno Lage voltou ao seu onze mais utilizado, promovendo os regressos de Trubin, Tomás Araújo, Akturkoglu, Kokçu e Pavlidis.
Contudo foram os monegascos que entraram melhor na partida, empurrando o Benfica para o seu meio-campo, impedindo as rápidas transições dos encarnados, que, por sua vez, iam falhando muitos passes e perdendo muitas bolas.
Foi assim com relativa naturalidade que o Mónaco chegou ao golo. Rápida saída para o ataque e Vanderson a rematar para boa defesa de Trubin; contudo surgiu rapidamente na recarga Golovin que serviu Ben Seghir a fazer o primeiro do jogo.
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O golo teve o condão de despertar a equipa encarnada, que a partir daí conseguiu finalmente por em prática o seu futebol. As ameaças começavam a surgir junto da baliza monegasca, mas não se traduziam em verdadeiras oportunidades.
Estas chegaram depois da meia-hora, primeiro foi um remate de Carreras, cujo desvio quase dava em golo, e, a mais flagrante, esteve nos pés de Di María que, isolado por um adversário, não conseguiu bater Majecki.
Até ao intervalo, os muitos adeptos encarnados iam passando por sobressaltos, não tanto por lances de perigo do adversário, mas antes ao ver os amarelados Florentino e Carreras em lances que poderiam lhes ter valido a expulsão.
A segunda parte começou como a primeira, com perigo para a baliza de Trubin, contudo, o remate de Embolo acabou por bater com estrondo no poste.
Desperdiçou-se de um lado, aproveitou-se no outro; 48 minutos e Caio Henrique resolveu dar um 'grande prémio' a Pavlidis, isolando o grego na tentativa de atraso para o guarda-redes, quase que obrigando o avançado a marcar.
Num primeiro quarto de hora frenético, a bola entrou mais uma vez em cada uma das balizas, com ambos os lances a serem invalidados pelo VAR por fora de jogo. Como se tal não fosse suficiente, o Mónaco ficou a jogar com dez a partir dos 58 minutos por expulsão de Singo.
Com mais um em campo, Bruno Lage resolveu arriscar, lançando Amdouni e Arthur Cabral. Todavia, à primeira vista, as alterações tiveram o efeito contrário; mesmo com menos um, o Mónaco tinha espaço para atacar e, numa dessas chegadas, fez o 2-1 graças a um remate à entrada da área de Magassa.
Mesmo com mais um em campo, o Benfica parecia não ter ideias para reagir a nova desvantagem, dando oportunidade à formação francesa de continuar a desenhar lances de ataque.
Perante esta inoperância coletiva, Di María resolveu tratar do assunto à sua maneira e carregou o Benfica rumo ao triunfo. Aos 86, o argentino descobriu Arthur Cabral na área e o brasileiro correspondeu com um potente cabeceamento para o golo do empate, o golo que restabeleceu a crença dos adeptos e da equipa.
De tal forma que, sem deixar respirar o adversário, as águias partiram para a vitória, e novamente nas asas do 'Angelito' de serviço; 88 minutos e Di María a servir Amdouni e o marroquino, também de cabeça, deu a cambalhota no marcador.
Com este importantíssimo triunfo, o Benfica entra em zona de 'playoff', ocupando nesta altura o 14 lugar da classificação, com nove pontos.
O momento: Os sacrifícios trazem recompensa
Estávamos a entrar nos minutos finais e, mesmo com mais um jogador, o Benfica não mostrava capacidade para criar perigo junto da baliza do Mónaco.
Eis que surgiu Arthur Cabral que correspondeu nas alturas a um belo cruzamento de Di María e cabeceou bola e adversário para aquele que foi o golo do empate, e que abriria caminho para o triunfo encarnado.
O brasileiro acabou no chão, algo combalido pelo choque no adversário, mas certamente feliz pelo golo apontado.
O melhor: Nas asas de um 'Angel'
Dando sequência à brilhante exibição diante do Estrela da Amadora, Angel Di María voltou a ser a figura do encontro.
Desta feita o extremo argentino não marcou mas, em compensação, deu a marcar. Com o resultado em 2-1, o campeão do mundo pegou na batuta e com duas assistências, primeiro para Arthur Cabral, depois para Amdouni, levou o Benfica a uma importantíssima vitória.
O pior: Como caiu o Caio
Depois de ter sido suplente para o campeonato, Caio Henrique voltou às opções iniciais de Adi Hutter para o jogo com o Benfica. Apesar de uma primeira parte positiva, com boas chegadas ao ataque, no segundo tempo perceberam-se as fragilidades defensivas do jogador.
O caso mais gritante deu-se no lance do golo de Pavlidis, onde Caio Henrique isolou o avançado grego ao tentar atrasar a bola para o seu guarda-redes. Pouco depois o lateral voltaria a ficar mal na fotografia ao deixar-se antecipar por Bah num lance que acabou dentro da baliza monegasca, mas que foi anulado por fora de jogo.
Depois desses dois lances quase consecutivos, foi sem surpresa que Hutter o tirou da partida.
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