Responsáveis pelos clubes de futebol Liverpool e Ajax defenderam hoje sanções duras para os incumpridores “fair-play” financeiro, imposto pela UEFA, como a exclusão das provas europeias, em vez das penalizações pecuniárias.
«É preciso que os castigos sejam fortes logo à entrada. Se não se aplicarem estes princípios a um clube como o Real Madrid, não vão ter qualquer efeito», afirmou o diretor-executivo do clube holandês de Amesterdão, Henri Van der Aat, num evento sobre o mercado dos direitos desportivos, no Mónaco.
Em setembro, o Sporting e outros 22 emblemas continentais viram as verbas conquistadas em 2011/12 pelas prestações na Europa retidas pelo Órgão de Controlo Financeiro de Clubes (OCFC) da UEFA até conseguirem apresentar toda a documentação necessária à fiscalização da respetiva situação económica.
Entretanto, a situação terá já sido desbloqueada em outubro, mês no qual também tomou posse o novo presidente do OCFC, o português Cunha Rodrigues, antigo Procurador-Geral da República Portuguesa e até há pouco juiz do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.
«É preciso excluir os clubes das taças europeias. A Liga dos Campeões sobreviverá sem um ou dois dos melhores clubes porque há muitas equipas boas», continuou Van der Aat, apoiado pelo diretor-executivo dos “reds” ingleses, Ian Ayre, o qual advogou «interdição das contratações» para os clubes em falta.
O dirigente do Liverpool acrescentou ser «muito importante para a credibilidade da UEFA ser dura nos castigos».
Ayre apontou ainda os grandes contratos de patrocínio que envolvem o nome de recintos de futebol - como os de uma transportadora aérea dos Emirados Árabes Unidos com o Manchester City ou um banco do Qatar com o Paris Saint-Germain - como formas de ludibriar as regras do “fair-play” financeiro.
«É preciso uma aplicação rigorosa dos regulamentos entre as partes. Há um mercado de contratos de patrocínio legítimos e razoáveis que se tem de respeitar», concluiu o responsável do Liverpool.
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