O diretor-executivo do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, admitiu a hipótese de o clube retirar-se da Liga dos Campeões de futebol depois do ataque com explosivos ao autocarro do clube alemão, na terça-feira.
“Em determinado momento pensei que devíamo-nos retirar da Liga dos Campeões”, admitiu Watzke do semanário alemão Der Spiegel. O dirigente do clube germânico disse ter depois reconsiderado, já que a saída ‘Champions’ “seria uma vitória” para os autores do atentado.
O jogo com os franceses do Mónaco, da primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões estava inicialmente marcado para terça-feira, mas acabou por realizar-se no dia seguinte, terminando com a vitória por 3-2 da formação monegasca, treinada pelo português Leonardo Jardim.
Depois do jogo, o treinador do Borussia, Thomas Tuchel, criticou a opção da UEFA em realizar o encontro, já que os seus jogadores ainda estavam em “estado de choque”.
Segundo o diretor-geral- que, pouco depois do atentado, falou, por telefone, com a chanceler alemã, Angela Merkel -, nenhum jogador foi obrigado a jogar, tendo sido dada a possibilidade a toda a equipa de decidir se disputavam ou não o jogo com o Mónaco.
Do ataque de terça-feira resultou um ferido, o defesa espanhol Marc Bartra, que sofreu uma lesão no braço direito, devido aos estilhaços dos vidros, e teve que ser operado.
O autocarro do Borussia Dortmund, onde joga o internacional português Raphael Guerreiro, foi atacado com três engenhos explosivos, a caminho do estádio para defrontar o Mónaco, que provocaram ferimentos em Bartra e num polícia motorizado da escolta.
As autoridades alemãs mantêm aberta a investigação ao ataque, apesar de a justiça já ter dito não existir uma ligação entre o ataque e a detenção na quarta-feira de um iraquiano de 26 anos, alegadamente do autoproclamado estado islâmico.
Os alemães não descartam as possibilidades de o ataque estar relacionado a movimentos extremistas de extrema-direita ou esquerda radical, nem também de adeptos violentos.
Junto ao autocarro terão sido encontradas mensagens, nas quais a Alemanha era instada a retirar os aviões tornado da coligação que combate na Síria e a fechar a base de Ramstein, mas os especialistas em segurança entendem que nem a linguagem, nem a forma de comunicação, são habituais no jihadistas.
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