João Alves assistiu a partir do banco de suplentes a uma das derrotas mais dolorosas da história europeia do Benfica. A 4 de maio de 1983, o clube da Luz jogava a primeira mão da final da Taça UEFA com o Anderlecht, num jogo em que sairia derrotado por 1-0. O desaire não foi anulado na segunda mão na Luz, onde se verificou apenas um empate que levou o troféu para a Bélgica.
Esta noite, o Benfica volta a cruzar-se com os belgas e o mítico ‘Luvas pretas’ deixa através do SAPO Desporto um aviso à equipa de Jorge Jesus: «É um jogo muito perigoso para o Benfica.»
«Não aparece na melhor altura, porque o Benfica tem alguns jogadores lesionados e o Anderlecht tem ainda uma palavra a dizer no acesso à Liga Europa», refere o ex-jogador e treinador, que alerta para a necessidade de o Benfica não se distrair com o que pode acontecer no desafio entre Olympiacos e PSG: «O Anderlecht também quer pontuar. Até pode correr bem para o Benfica, mas também pode ser um pesadelo.»
Para João Alves, as ausências de Cardozo e Siqueira podem igualmente complicar a estratégia do treinador encarnado. «Embora o Benfica tenha um bom plantel e bons jogadores, o Cardozo é demasiado importante neste momento e o Siqueira também é um jogador experiente e o titular do lado esquerdo da defesa», realça.
Outra novidade é o regresso de Jorge Jesus ao banco de suplentes, depois de ter falhado o jogo com o Braga por castigo. Será que isso pode ajudar os encarnados na Bélgica? «Creio que não. O treinador está lá durante toda a semana e hoje em dia há formas de contornar essas questões. Já ganhei e já perdi enquanto estava castigado e na minha opinião isso não tem muito significado», considera.
Instado a comparar o atual Anderlecht com o que o Benfica defrontou há 30 anos, João Alves coloca as duas equipas em patamares distintos. «Não tem qualquer comparação. O futebol belga era um dos melhores da Europa e o que eu vi no Estádio da Luz nesta edição da Champions é uma equipa com bons jogadores a nível ofensivo, mas defensivamente algo frágil», esclarece o antigo jogador e treinador dos juniores do clube da Luz.
E mesmo 30 anos depois, a derrota nesse jogo permanece bem viva na memória de João Alves, sobretudo pela “traição” de Sven-Goran Eriksson. «Foi uma derrota dolorosa, até porque fiquei no banco de suplentes nesses dois últimos jogos depois de uma época inteira a titular. Tínhamos vencido tudo. Não foi nada agradável, não sei o que passou com o Eriksson na altura e fiquei bastante magoado com ele», sentencia.
Benfica e Anderlecht medem forças esta noite, às 19h45, no Stade Constant Vanden Stock, em Bruxelas.
Comentários