Jorge Jesus, técnico do Benfica, preferiu destacar o desempenho individual dos seus atletas como forma de minorar a fraca campanha dos “encarnados” na fase de grupos da Liga dos Campeões em 2014/15, frisando ao longo da competição que este seria um dos grupos mais equilibrados desta edição da prova. Facto verdadeiro como se veio a verificar.
No final da partida diante do Leverkusen (0-0), a última do grupo C, o treinador lembrou que “ganhou uma equipa” e redirecionou os objectivos da equipa, destacando a importância do campeonato e das taças nacionais. Mas a sua verdadeira intenção seria controlar os possíveis efeitos secundários que uma campanha tão má poderá ter no rendimento dos seus pupilos para o que resta da época.
Confrontado com o facto de o Mónaco ter logrado o primeiro lugar do grupo ao vencer o Zenit (2-0), de André Villas-Boas, o técnico aproveitou para salientar o facto de o Benfica ter sido a única equipa do grupo que não averbou derrotas diante da formação francesa: “Fomos a única equipa que ganhou ao Mónaco, fizemos quatro pontos com o Mónaco e foi o líder do grupo”.
O técnico tem razão, mas este factor não deve servir para atenuar uma campanha onde nunca somou tão poucos pontos enquanto timoneiro benfiquista. Nas duas edições anteriores o técnico de 60 anos conseguiu o apuramento direto para a Liga Europa, tendo atingido a final da competição em dois anos consecutivos, situação que se repetiu em 10/11.
Em 2011/12 foi a única vez que conseguiu o apuramento para os “oitavos” na prova milionária, tendo chegado aos quartos de final da competição, onde foi afastado pelo Chelsea. Esta época foi mesmo a única vez que Jorge Jesus falhou a continuidade numa prova europeia e apenas conseguiu uma vitória... contra o Mónaco que terminou a fase de grupos como líder.
No entanto, o treinador continua a destacar o poderio ofensivo de uma equipa que somou apenas cinco pontos nesta edição da “Champions”. Em boa verdade diga-se que o técnico não tem um plantel tão rico como o das épocas anteriores. Contudo, o facto de Jorge Jesus não ter adaptado o seu discurso a esse factor (a até admitido a menor valia do plantel) revelou alguma imprudência na abordagem dos jogos na Liga dos Campeões (comprova-o a crença do técnico de que ainda poderia atingir o terceiro lugar depois da derrota com o Zenit (1-0).
Pior só mesmo o Malmo, Ludogorets, Galatasaray, Ajax, APOEL, Athletic, BATE e Maribor (os últimos cinco ainda jogam amanhã e têm possibilidade de somar mais pontos) têm menos pontos que Benfica. À exceção de Ajax e Galatasaray, todas as outras têm menos experiência que as “águias” na maior prova de clubes a nível europeu.
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